As atividades de auditoria e revisão de contas têm hoje de lidar com processos mais complexos e com novas tecnologias. Como têm respondido a este desafio?
A crescente aceleração da utilização de tecnologias de informação aplicadas à auditoria ou as questões da cibersegurança, que são cada vez mais relevantes no nosso dia a dia de todas as atividades, são questões que estão permanentemente em cima da mesa e a que nós, auditores, temos dado particular atenção. E já começa a haver também a utilização de inteligência artificial aplicada a sistemas de auditoria.
Como qualquer aplicação nova, inicialmente, essa tecnologia não estará tão disseminada pela generalidade dos auditores, mas o que temos vindo a assistir é que a utilização de tecnologias da informação – e a procura por parte de todos os profissionais dessas ferramentas que lhes permitam realizar cada vez o melhor trabalho – é uma busca permanente.
Isso implica investimento e as sociedades têm-se queixado do aumento dos custos e da erosão das receitas. A pressão sobre as margens mantém-se? E a qualidade ressente-se?
A qualidade dos processos e dos trabalhos dos auditores não se tem ressentido, e também temos de reconhecer que aquela pressão excessiva que havia relativamente aos honorários praticados pelos auditores não tem crescido. Pelo contrário, as diversas entidades têm tomado consciência dos aumentos dos custos que os auditores têm sofrido na sua atividade, tal e qual como as empresas. Hoje existe uma maior consciencialização para essa necessidade de haver honorários justos.
Nós temos um problema nas auditorias que efetuamos a entidades públicas, porque aí os honorários estão tabelados por lei e são entidades grandes, relevantes, algumas delas complexas, e que, aí sim, haveria algo a fazer e eu tenho chamado a atenção do regulador, do supervisor da atividade de auditoria, a CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários]. Tenho alertado para a necessidade de o próprio regulador intervir nessas situações junto da tutela, porque essa fixação de honorários, por decreto-lei, e honorários extremamente baixos, não é compatível com as exigências do trabalho que os auditores têm de realizar.
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