Enquanto a criação de emprego aumenta de forma generalizada e o desemprego cai, há um problema que persiste no mercado de trabalho dos países da zona. A subida dos salários continua a desiludir e não está a acompanhar a tendência, alerta um estudo do Banco Central Europeu (BCE) publicado esta quarta-feira.
O desemprego na zona euro caiu em abril para o nível mais baixo em nove anos, para 9,5% de 12% em 2008 e foram criados cinco milhões de postos de trabalho desde 2013. Em teoria, mais emprego dá aos empregados um maior poder de negociações sobre os salários face aos empregadores, levando a uma subida das remunerações.
No entanto, os vencimentos subiram apenas 1,6% no último trimestre de 2016. A questão é particularmente importante pois salários mais elevados são vistos pelos decisores de política monetária como um indicador de robustez nas dinâmicas da inflação.
“Apesar das grandes melhorias registadas no mercado de trabalho da zona euro desde o início da recuperação e de um declínio acentuado das taxas de desemprego em muitas economias da zona euro, o crescimento dos salários permanece moderado, sugerindo que ainda existe um considerável grau de ‘folga’ no mercado de trabalho”, refere o estudo.
O problema, segundo o BCE, são as capacidades não utilizadas, ou seja, uma diferença que persiste entre o potencial utilizado e o por utilizar. Este fenómeno de subemprego deve-se a um determinado número de pessoas que já não entra na categoria de desemprego, mas trabalha apenas a tempo parcial e procura um emprego a tempo inteiro.
“O emprego a part-time tem vindo a aumentar na última década nas economias da zona euro, principalmente devido a fatores estruturais (como o crescimento dos serviços e, em part, o aumento da participação feminina na força laboral)”, explica.
No entanto, parte destas pessoas gostariam de trabalhar mais horas. Segundo as contas do BCE, a percentagem de europeus desempregados ou em situação de subemprego chega aos 18%, acima dos 9,5% que incluem apenas a população desempregada.
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