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BCE: “Devemos ser pacientes e cautelosos” no corte de juros

“Sabemos, também pela experiência histórica, que a inflação pode aumentar novamente”, explicou a economista alemã Isabel Schnabel, membro executivo do conselho de administração do Banco Central Europeu, ao “Financial Times”.
7 Fevereiro 2024, 09h32

O Banco Central Europeu (BCE) deve ser paciente no corte das taxas de juro, porque a inflação poderá aumentar novamente. O alerta foi dado pela economista alemã Isabel Schnabel, membro executivo do conselho de administração do BCE, em entrevista ao “Financial Times” (FT), divulgada esta quarta-feira.

Isabel Schnabel explica que há dados recentes que confirmam que o last mile para reduzir a subida dos preços será a mais difícil. “Devemos ser pacientes e cautelosos, porque sabemos, também pela experiência histórica, que a inflação pode aumentar novamente”, advertiu.

O BCE tem mantido as taxas de juro em máximos históricos desde setembro, mas o debate sobre a flexibilização da política está a intensificar-se e os mercados preveem que se comece a inverter o sentido ainda na primavera devido à diminuição das pressões sobre os preços, refere a “Reuters”.

Porém, em declaração ao jornal britânico, esta responsável do BCE alerta para eventuais cortes demasiado cedo, argumentando que os aumentos anteriores das taxas já atingiram o seu pico de impacto, embora permaneçam alguns sinais preocupantes.

“As expectativas de preços de venda nos serviços aumentaram durante vários meses consecutivos (…). Vemos uma inflação rígida nos serviços. Vemos um mercado de trabalho resiliente. Ao mesmo tempo, vemos um notável enfraquecimento das condições financeiras”, justificou ao FT.

Na primeira reunião de política monetária deste ano, o BCE decidiu manter taxas de juro inalteradas nos 4%. Foi a terceira vez consecutiva que o banco central liderado por Christine Lagarde optou por manter as taxas de juro diretoras, depois de anunciar dez subidas desde 2022. “As condições de financiamento restritivas estão a resfriar a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação”, argumentou a instituição.

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