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BCE já gastou 31% do programa de emergência, incluindo 4.150 milhões em obrigações portuguesas

O banco central da zona euro implementou um arranque rápido no programa lançado em março para responder aos riscos sérios apresentados pela pandemia. Após ter utilizado já quase um terço dos 750 mil milhões que pôs em cima da mesa, a expectativa é que Christine Largade acrescente 500 mil milhões ao programa na reunião desta quinta-feira.
2 Junho 2020, 17h16

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a 18 de março o programa de compra de ativos, no valor de 750 mil milhões de euros, para apoiar a economia da zona euro durante a emergência pandémica e até ao final de maio já tinha atingido mais de 31% desse limite, tendo comprado 234.665 milhões de euros em dívida soberana e privada.

Segundo os dados anunciados esta terça-feira, o banco central liderado por Christine Lagarde comprou 186.603 milhões em obrigações soberanas, 35.384 milhões em papel comercial, 10.579 milhões em obrigações corporativas e 2.099 milhões em covered bonds até 31 de maio.

O total inclui 4.120 milhões de euros em compra de obrigações soberanas portuguesas. O BCE adquiriu 46.749 milhões de euros em dívida soberana alemã, 37.365 milhões em obrigações italianas e 23.575 milhões em dívida francesa.

O Conselho de Governadores do BCE realiza esta quinta-feira a reunião de politica monetária e a expectativa da maioria dos analistas é que o banco central anuncie um aumento de 500 mil milhões no valor do Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP).

Para ter uma transmissão suave em todas as geografias da zona euro, a 26 de março, o BCE removeu do PEPP o limite que tinha imposto a si próprio no programa ‘convencional’, o Asset Purchase Programme (APP), de comprar até apenas 33% da dívida emitida por cada país.

O BCE havia interrompido esse programa no final de 2018, mas reiniciou-o em novembro do ano passado, a um ritmo de 20 mil milhões por mês, ao qual foi adicionado um total de 120 mil milhões até ao final deste ano, naquela que foi a primeira reação do banco central à pandemia, ainda antes de lançar o PEPP.

Segundo os dados divulgados esta terça-feira, no âmbito do APP, o BCE comprou 1,859 milhões de euros em dívida soberana portuguesa entre janeiro e maio deste ano.

O lançamento do PEPP e, mais recentemente, os esforços a nível comunitário para criar o Fundo de Recuperação Europeu têm ajudado a manter controladas as taxas das dívidas soberanas na zona euro, incluido as da periferia. A yield da dívida portuguesa a 10 anos no mercado secundário, por exemplo, estava em 1,44% a 18 de março (quando o PEPP foi lançado, enquanto esta terça-feira negociava perto dos 0,51%.

https://jornaleconomico.pt/noticias/topo-da-agenda-o-que-nao-pode-perder-na-economia-e-nos-mercados-esta-semana-103-595216

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