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BCE: Lagarde reforça dependência dos dados até final do ano

“Vamos permanecer dependentes dos dados”, resumiu Lagarde, embora reconhecendo que “a direção é bastante óbvia, é descendente, mas o caminho não está predeterminado – nem em termos de sequência, nem de volume”.
12 Setembro 2024, 14h36

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) reforçou esta quinta-feira que o rumo da política monetária europeia continua dependente dos dados macro que forem surgindo, embora a direção seja “bastante óbvia”. Lagarde procurou afastar-se de qualquer caminho pré-determinado para os juros, lembrando as pressões e incerteza que continuam a reinar, mas mostrou também confiança numa descida sustentada de alguns componentes da inflação até final do ano e no primeiro semestre de 2025.

Após a decisão “unânime”, segundo a presidente do BCE, de baixar a principal taxa de referência na zona euro 25 pontos base (p.b.) para 3,5%, Lagarde explicou a lógica por detrás do rumo da política monetária, embora frisando que “o BCE não se está a pré-comprometer com nenhum trajeto específico” para os juros.

“Vamos permanecer dependentes dos dados”, afirmou Christine Lagarde, reconhecendo que “a direção é bastante óbvia, é descendente, mas o caminho não está predeterminado – nem em termos de sequência, nem de volume”.

Esta dependência dos dados, continuou, não se prende com “valores unitários específicos”, garantiu, projetando algumas subidas da inflação nos próximos meses. Em particular, “setembro trará uma leitura bastante baixa, devido a efeitos base na energia”, mas o indicador de preços deve voltar a subir nos últimos três meses do ano.

Por outro lado, os serviços continuam a ser o principal foco de pressão nos preços, uma situação que o BCE tem mantido em especial atenção, dado o risco de efeitos de segunda ordem nos preços. Lagarde reconheceu a “monitorização atenta” que esta componente merece, dado que tem mostrado uma tendência oposta ao resto da economia.

“A nossa intuição é que irá descer durante 2025”, projetou, lembrando os vários indicadores, incluindo inquéritos de projeção, que reportam uma tendência de abrandamento nos salários e no custo do trabalho. Ainda assim, e dadas as negociações coletivas em sectores de peso como o automóvel, é expectável que a inflação do lado dos serviços permaneça elevada até após o primeiro semestre do próximo ano.

[notícia atualizada às 14h43]

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