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BCE mantém taxas de juro inalteradas

Depois de manter as taxas inalteradas, os mercados vão estar agora muito atentos para ouvir as explicações de Christine Lagarde na habitual conferência de imprensa.
14 Dezembro 2023, 13h15

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje manter as taxas de juro inalteradas, como esperado pelos mercados. O BCE justificou a decisão com o risco de a inflação poder vir a subir temporariamente no curto prazo. As projeções apontam para uma redução gradual em 2024 para atingir os 2% em 2025

Uma sondagem da “Reuters” junto de 90 economistas concluiu que o banco iria manter as taxas inalteradas na reunião de hoje. Cortes de taxas só a partir do segundo trimestre do próximo ano, segundo o inquérito.

A inflação na zona euro em novembro foi de 2,4% longe dos 10% atingidos em 2022. A taxa de depósito do BCE encontra-se atualmente num nível recorde de 4%.

Depois de 10 subidas consecutivas, o BCE mantêm as taxas inalteradas pela segunda reunião consecutiva.

A Allianz Global Investors previa que “dada a recente desaceleração da inflação, acreditamos que o BCE deverá manter os juros inalterados na sua próxima reunião de política monetária”, segundo Franck Dixmier, prevendo que a “atualização das previsões do BCE é aguardada com grande expetativa, com uma provável revisão em baixa das perspetivas para o crescimento e a inflação. No entanto, em linha com comentários recentes, acreditamos que o BCE deve adotar uma postura cautelosa face ao entusiasmo do mercado e sublinhar os seus pontos de vigilância.”

Sobre cortes no futuro, o responsável aponta que “as expetativas dos investidores de um corte nas taxas de juro já em Março parecem prematuras e, assim, a recente queda significativa nos juros de longo prazo permanece frágil. Após a recente recuperação, é provável uma pausa ou mesmo uma correção”.

Por sua vez, Jeremy Cunningham do Capital Group aponta que a “economia a desacelerar e a previsão da inflação sugerem que já atingimos a taxa terminal deste ciclo na zona euro. Existe o risco da inflação ser mais pegajosa do que o BCE espera, à medida que os salários tentam recompensar os choques dos preços da energia e perdas reais do poder de compra. Isto pode significar que o BCE mantêm a sua taxa terminal muito ao longo de 2024”.

Já Felix Feather da abrdn sublinhou que a inflação pode voltar a subir em dezembro e que uma mudança nas taxas de juro nesta reunião parecia “improvável”.

Sobre a conferência de imprensa, o responsável alertou para os sinais a que os mercados devem estar atentos: “se a linguagem em relação a manter as atuais taxas de juro por um período suficientemente longo for suavizada, pode ser um sinal que o BCE está a deixar a porta aberta para fazer cortes mais cedo do que o planeado”.

 

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