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BCE reúne esta semana com mercado a antever fim do ciclo de subidas dos juros

O momento é o mais adequado para, pelo menos, fazer uma pausa no ciclo de dez subidas consecutivas dos juros, numa altura em que a economia europeia fraqueja e a conjuntura internacional se agrava com a incerteza geopolítica.
BCE
23 Outubro 2023, 11h57

O Banco Central Europeu (BCE) tem marcada para esta semana nova reunião de política monetária, com o mercado a perspetivar que o ciclo de dez subidas consecutivas tenha finalmente chegado ao fim, perante uma inflação em queda e uma conjuntura internacional cada vez mais fraca e preocupante.

A autoridade monetária da zona euro reúne esta quinta-feira e, depois de dez subidas consecutivas, deve optar agora por uma pausa. As atas do último encontro, em setembro, mostraram já uma grande divisão no seio do comité quanto à decisão de subir de 4,25% para 4,5%, dados os múltiplos sinais de fraqueza na economia europeia, mas os ‘falcões’ do grupo acabaram por prevalecer.

A mensagem foi, no entanto, bastante conservadora. O BCE procurou sinalizar a sua prontidão para voltar a subir taxas caso os dados macro assim obriguem, mas o tom foi de precaução, deixando antever uma possibilidade forte de interrupção – ou mesmo fim – do processo de aperto monetário.

A agravar os problemas da economia europeia está o agravamento das tensões geopolíticas internacionais. A violência ressurgida entre Israel e Gaza, que ameaça extravasar o atual cenário para uma guerra de múltiplas frentes envolvendo, na pior das hipóteses, grandes atores regionais como o Irão ou a Arábia Saudita, agrava a dinâmica do petróleo nos mercados internacionais, voltando a criar pressões nos preços na zona euro.

A expectativa generalizada do mercado é, portanto, de uma pausa na reunião desta semana. O banco neerlandês ING escreve que “esta é a altura certa para pausar” o ciclo de subidas, dada a instabilidade internacional e o sinal dado na mais recente reunião; ao mesmo tempo, a discussão poderá envolver outros instrumentos para além das taxas de juro, como os reinvestimentos das compras ao abrigo do programa de emergência ou as taxas de reserva dos bancos.

Também a Pantheon Macro projeta que a reunião de outubro termine sem alterações nas taxas de referência, argumentando mesmo que a taxa terminal já foi atingida. Na mesma linha, o think-tank espera cortes mais cedo do que o mercado está atualmente a projetar, apontando para abril do próximo ano.

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