O BCP registou lucros de 650,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano e só em Portugal o lucro atingiu 556,8 milhões de euros no mesmo período, ou seja mais 93% face ao período homólogo de 2022. A atividade internacional contribuiu com 93,9 milhões de euros.
O lucro consolidado traduz uma subida de 382% face ao período homólogo e projecta a rentabilidade dos capitais próprios para 16,7%.
O CEO do BCP, Miguel Maya destacou o aumento do resultado operacional core do Grupo em 38,2% para 1.841,3 milhões, suportado no aumento de 27,2% dos proveitos core e na gestão rigorosa dos custos operacionais, que registaram um aumento de 8,5% face ao período homólogo.
O lucro no banco polaco já tinha sido divulgado. O Millennium Bank, onde o BCP tem 50,1%, lucrou nos nove meses 100,7 milhões de euros.
Miguel Maya destacou os efeitos relacionados com o Bank Millennium, nomeadamente encargos de 589,6 milhões associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços, dos quais, provisões de 482,5 milhões que incluem a aplicação de ajustamentos mais conservadores ao modelo de provisionamento decorrentes da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia. Uma parte é também encargos com acordos com clientes e custos com advogados.
O stock de crédito hipotecário em francos suíços no banco polaco pesa 4,6% do crédito a clientes (bruto após provisões p/riscos legais), consolidando a rota descendente que tem vindo a ser seguida.
Os resultados beneficiaram de 1.273 milhões de euros, registados no 1º trimestre de 2023, relacionados com a venda da participação (80%) da Millennium Financial Services no âmbito da parceria estratégica na área de bancassurance.
A margem financeira das contas consolidadas subiu 37% para 2.117,5 milhões. Em Portugal a margem de juros originou uma subida da receita de 63,6% para 1.097,7 milhões.
Já as comissões subiram apenas 0,8% para 578,5 milhões nas contas consolidadas. Com tudo isto, o produto bancário cresceu 35,3% num ano para 2.792,7 milhões de euros.
Os custos operacionais do grupo BCP cresceram 8,5% para 854,6 milhões de euros. Por isso o rácio de eficiência fixou-se nos 30,6%, melhor que os 38,1% um ano antes.
O BCP reportou uma subida de 5,2% das imparidades e provisões para 813,9 milhões de euros, das quais 482,5 milhões dizem respeito às imparidade para riscos legais em créditos hipotecários em francos suíços na Polónia. O custo do risco de crédito fixou-se em 0,50% baixo dos 0,55% um ano antes.
As imparidades de balanço caem 3,7% para 1.553 milhões de euros.
As imparidades líquidas de recuperações somaram 211,4 milhões, o que significa uma redução de 12,3% face ao mesmo período do ano passado.
Em Portugal o BCP registou uma queda das imparidades de 15,3% para 23,9 milhões de euros. O stock de imparidades no balanço caem -4,6% para 966 milhões de euros.
O custo do risco na atividade doméstica fixou-se em 53 pontos base (0,53%) melhorando face ao período homólogo.
O banco destaca a melhoria da qualidade da carteira de crédito. O BCP reportou uma redução dos non-performing exposure (NPE) de 16,4% ou seja (-398 milhões de euros) baixando o stock para 2,03 mil milhões.
O rácio de NPE (malparado) baixou para 3,6% numa altura em que o crédito não está a crescer. A cobertura por imparidades está em 76,6%.
O BCP reportou também uma redução de 149 milhões em imóveis recebidos por recuperação de crédito e de 404 milhões em fundos de reestruturação.
Na atividade doméstica o banco registou uma redução de 22,4% do crédito não produtivo (NPE, ou crédito malparado) para 1,19 mil milhões de euros (-344 milhões).
No balanço os recursos de clientes cresceram 1,4% para 92,38 mil milhões de euros sendo que em Portugal caíram 2,3% para 65,64 mil milhões de euros. Os recursos de balanço do Grupo crescem 2,3% face ao período homólogo para 76,9 mil milhões.
O crédito a clientes caiu 3,3% para 56,7 mil milhões de euros.
O crédito à habitação ficou praticamente estável em 27,53 mil milhões de euros.
Olhando só para Portugal o crédito performing caiu -3,3% para 38,2 mil milhões de euro (caiu 1,3 mil milhões de euros).
O banco destaca o rácio de capital CET1 de 14,9% e rácio de capital total de 19,4%, correspondendo respetivamente a um aumento de 357 pontos base e 431 pontos base face ao período homólogo, “evidenciando a forte capacidade de geração orgânica de capital”, disse Miguel Maya que falou ainda dos indicadores de liquidez muito acima dos requisitos regulamentares, com o LCR – Liquidity Coverage Ratio em 244%, o NSFR – Net Stable Funding Ratioem 160% e o LtD (Loan to Deposit) em 73%. Sendo que o banco tem ativos disponíveis para financiamento junto do BCE de 24,4 mil milhões.
O BCP revelou que em setembro tinha 6.644 clientes ativos, dos quais 4.416 são “mobile” (+11% num ano).
Em Portugal o BCP tem 2.688 clientes ativos, dos quais 1.501 são “clientes mobile” (+12%), ou seja, que usam a app do banco.
Por fim, Miguel Maya fez o check-list das metas para 2024 para dizer que cumpre já sete metas, o rácio de cost-to-income, o custo do risco, o ROE, o Rácio CET1, o Rácio NPE, a proporção de clientes mobile (que já está em 66%), e o crescimento em clientes de elevado envolvimento.
(atualizada)
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