O BCP registou lucros de 243,5 milhões de euros no primeiro trimestre a subirem 3,9%, com um ROE de 13,9%, “claramente acima do custo de capital do banco”, disse o CEO, Miguel Maya.
Em Portugal o banco registou um lucro de 218,9 milhões subindo 7,6%. Os resultados do Millennium BIM, em Moçambique, caíram 84,3% para 3,7 milhões de euros.
O banco tem ainda o contributo de participações em subsidiárias onde não há consolidação integral. Na atividade internacional, os resultados por equivalência patrimonial em conjunto com os rendimentos de instrumentos de capital, totalizaram 1,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025, que compara com 1,3 milhões de euros apurados no período homólogo do ano anterior, devido sobretudo à evolução dos resultados gerados pelo Banco Millennium Atlântico em Angola e pela Fidelidade Moçambique – Companhia de Seguros em Moçambique.
O polaco Bank Millennium regista um lucro de 42,8 milhões apesar dos custos de 130,8 milhões associados a créditos em francos suíços. Os créditos hipotecários em francos suíços registam uma redução de 29% face a março de 2024. “Para o BCP o banco na Polónia é um ativo estratégico”, frisou Miguel Maya.
Em Portugal as imparidades de balanço caíram 19,6% para 774 milhões de euros. As novas imparidades (para crédito e outros) no primeiro trimestre somam 38,5 milhões de euros (caíram 39,7% face às novas imparidades constituídas um ano antes).
“Para a evolução favorável do resultado líquido na atividade em Portugal contribuiu em larga medida a redução das imparidades e provisões verificada no último ano, com a melhoria do perfil de risco da carteira a permitir uma redução de 27,5% (-12,7 milhões de euros) na imparidade do crédito (líquida de recuperações), para 33,5 milhões de euros no final de março de 2025. As outras imparidades e provisões, por sua vez, apresentaram uma diminuição de 71,7% (-12,6 milhões de euros), totalizando 5,0 milhões de euros”, lê-se no comunicado.
Voltando aos resultados consolidados, a receita da margem financeira subiu 3,6% para 712,1 milhões de euros (ao contrário em Portugal caiu -3,9%) e as comissões cresceram 2,1% para 201,4 milhões de euros, sendo que em Portugal o BCP obteve mais +3,9% de receita de comissões.
O aumento dos resultados em operações financeiras, de 2,9 milhões de euros negativos no primeiro trimestre de 2024, para 29,5 milhões de euros no mesmo período do ano corrente, ficou a dever-se ao contributo quer da atividade em Portugal quer da atividade internacional neste último caso, devido à redução dos custos suportados pela subsidiária polaca com a conversão de créditos hipotecários concedidos em francos suíços, na sequência dos acordos entretanto celebrados com os clientes detentores desses créditos.
O produto bancário ascendeu a 909,1 milhões de euros a subir num ano 4,7%.
Os custos cresceram 10,4% para 339,7 milhões de euros. O rácio de eficiência no grupo é de 37% (pior que 35% um ano antes).
A base de clientes ativos do BCP supera os sete milhões, com um destaque para o crescimento de 9% dos clientes mobile que são já 72% do total.
No balanço, os recursos totais de clientes no Grupo crescem 6,1% para 104,6 mil milhões de euros, sendo que os depósitos no grupo crescem 5,3% para 85.096 milhões de euros, e o crédito a clientes aumenta 2,2% para 58,1 mil milhões de euros face a março de 2024.
O crédito performing subiu 2% para 38,1 milhões de euros.
O BCP destacou que os ativos não produtivos registam uma redução relevante face a março de 2024, de 232 milhões em NPE, de 43 milhões em imóveis recebidos por recuperação e de 39 milhões em fundos de reestruturação.
O custo do risco situou-se em 38 pb no Grupo no primeiro trimestre, que compara com 52 pb no período homólogo. Em Portugal o custo do risco situou-se nos 34 pb que compara com 48 pb no período homólogo.
O BCP destaca o baixo rácio de malparado, com o NPE nos 1,8%, sendo mais baixo na atividade domésticas (1,5%).
O rácio de capital CET1 fixou-se em 15,9% e rácio de capital total de 20,0%.. O banco quer cumprir o plano estratégico ao nível da distribuição de dividendos, por isso divulgou os buffers sobre os quais existem limitações à distribuição de resultados. São eles 632pb CET1, 556pb para T1 e 592pb para capital total.
O BCP revelou que o total de dívida pública em carteira ascende a 31,1 mil milhões, dos quais 23,4 mil milhões com maturidade superior a dois anos.
A dívida pública portuguesa totalizou 3,2 mil milhões, polaca 8,8 mil milhões e moçambicana 0,6 mil milhões.
Havendo dívida de outras geografias, incluindo a dívida da União Europeia (5,4 mil milhões), dívida pública espanhola (4,6 mil milhões), francesa (3,5 mil milhões), italiana (1,7 mil milhões), belga (1,5 mil milhões), austríaca (0,5 mil milhões) e irlandesa (0,5 mil milhões).
“Uma regulação forte serve a sociedade e protege o ecossistema, mas temos de ter uma simplificação da regulação, e acima de tudo que exista um mesmo level playing field entre os diversos operadores”, frisou Miguel Maya.
O CEO considera que o banco tem espaço para crescer em número de clientes e no crédito a particulares e empresas.
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