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BCP, CTT e NOS lideram subidas na Bolsa de Lisboa. Volatilidade marca sessão europeia

As principais praças europeias fecham com os principais índices a oscilar entre ganhos e perdas e a volatilidade marcou a sessão nas principais praças europeias. Não obstante toda esta volatilidade, a maioria dos membros do PSI-20 fechou em alta.
  • José Manuel Ribeiro/Reuters
26 Fevereiro 2020, 17h30

As ações do BCP subiram +1,73% para 0,1763 euros; as da NOS avançaram 1,83% para 3,90 euros; e os CTT ganharam +1,69% para 2,53 euros.

Com isto o PSI-20 fechou nos 5.110,3 pontos (+0,63%), numa sessão onde o verde dominou as praças europeias.

“Tal como os seus pares europeus, o PSI20 viveu uma sessão bastante volátil”, explica o analista do BPI no seu comentário de fecho.

“Os movimentos do índice português espelharam o padrão observado no resto da Europa: uma abertura negativa que se prolongou durante a manhã, antes de uma recuperação se materializar”, acrescenta o BPI que a título de exemplo da volatilidade refere o BCP que oscilou entre os 0,1677 euros e os 0,1783 euros, a Galp que variou entre os 13,33 euros e os 13,78 euros, e a Mota-Engil que oscilou entre os 1,358 euros e os 1,447 euros.

Não obstante toda esta volatilidade, a maioria dos membros do PSI-20 fechou em alta, permitindo ao índice nacional apresentar uma valorização superior ao dos seus congéneres europeus.

A Jerónimo Martins valorizou +1,11% para 16,80 euros.

Pela negativa destacaram-se a Ibersol que fechou nos 8,24 euros (-3,51%); a Ramada que caiu -2,53% para 5,40 euros; a Altri que perdeu -1,20% para 5,33 euros e a Sonae Capital que tombou -1,75% para 0,7280 euros.

A Europa recupera de perdas com maioria dos índices a fechar no verde, O global EuroStoxx 50 fechou nos 3.577,7 pontos (+0,14%). O londrino FTSE 100 subiu 0,35% para 7.042,5 pontos; o CAC 40 subiu 0,09% para 5.684,5 pontos; o DAX, pelo contrário, perdeu -0,12% para 12.774,9 pontos. O espanhol IBEX fechou nos 9.306,9 pontos (+0,61%) e o FTSE MIB de Milão liderou as subidas ao avançar 1,44% para 23.442,5 pontos.

“As principais praças europeias fecham com os principais índices a oscilar entre ganhos e perdas, depois da recuperação iniciada após a primeira hora de negociação”, refere Ramiro Loureiro analista da Mtrader (BCP).

Numa sessão marcada por forte volatilidade, o foco dos investidores esteve nos potenciais impactos económicos do Coronavírus, bem como a forma como se propaga em vários países fora do continente asiático.

Em Itália foram registados 19 novos casos, enquanto que em França se lamentou a primeira morte. Em Tenerife cerca de 700 pessoas estão confinadas a um hotel, posto em quarentena.

“No plano macroeconómico as vendas de casas novas nos EUA em janeiro demonstraram uma aceleração mais acentuada do que o esperado. Já no seio empresarial destaque para as valorizações da ASM International, Saipem, Peugeot e Iberdrola após apresentação de contas. O setor de Viagens & Lazer foi o mais castigado no universo Stoxx 600”, refere a Mtrader.

“Os mercados europeus viveram uma sessão particularmente volátil. A abertura foi bastante pressionada, em virtude da queda acentuada observada ontem em Wall Street. Posteriormente, o movimento descendente agudizou-se com as crescentes evidências da propagação do vírus na Europa e os danos económicos que está a originar”, diz também o BPI.

Ao nível económico, algumas empresas começam a manifestar nas suas projeções a incerteza que impera. O BPI destaca que a Danone informou que o resultado líquido de 2019 ficou aquém do estimado e apresentou novas perspetivas para 2020. Para este ano, a Danone refere que as condições económicas irão permanecer particularmente voláteis e incertas.

Já a Hermès, fabricante de bens de luxo, informou que o lucro líquido e as receitas aumentaram em 2019, impulsionados pelo crescimento em todas as regiões. O lucro líquido aumentou dos 1.410 milhões de euros em 2018 para os 1.530 milhões de euros. Apesar deste bom desempenho, a empresa informou que a afluência às suas lojas na China ainda não tinha voltado à normalidade.

O BPI destaca ainda a Diageo, produtora de licores e outras bebidas espirituosas, reduziu as suas estimativas para os resultados deste ano em virtude do surto de coronavírus.

Por sua vez a mineira Rio Tinto reportou uma queda nos resultados de 2019 e a curto prazo espera sofrer disrupções nos seus fornecedores, afetando assim a sua atividade.

Noutros mercados, o Brent em Londres cai 1,53% para 54,11 dólares o barril.

A nível macroeconómico, a Comissão Europeia publica hoje a sua análise anual da situação económico-social nos Estados-Membros, incluindo uma avaliação dos desequilíbrios remanescentes. Esta avaliação dos progressos dos Estados-Membros faz parte do ciclo anual de coordenação das políticas económicas a nível da UE e é conhecida por Winter Package do Semestre Europeu.

Neste contexto, a Comissão Europeia divulga hoje o Country Report de Portugal no âmbito do Semestre Europeu, mantendo as previsões económicas de Inverno divulgadas no passado dia 13 de fevereiro para o crescimento do PIB e para a inflação, e mantendo as previsões económicas de Outono divulgadas no passado dia 11 de novembro para os restantes indicadores, considerando que o comportamento positivo da economia e o esforço nas políticas têm ajudado o país a enfrentar alguns dos seus desafios.

Para Portugal, a Comissão Europeia considera que se registou algum progresso nas seguintes áreas: na tomada de medidas para combater a segmentação do mercado de trabalho; uma melhoria do nível de habilitações da população, em particular na literacia digital, tornando a aprendizagem de adultos mais relevante para as necessidades do mercado de trabalho; o aumento do número de licenciados do ensino superior, particularmente nas ciências e nas tecnologias da informação; o direccionamento do investimento publico para a descarbonização e transição energética, ampliando as interconexões energéticas, tendo em consideração as disparidades regionais; o permitir uma recuperação mais rápida das garantias associadas a empréstimos vencidos, aumentando a eficiência dos processos de insolvência e recuperação; e aumentar a eficiência dos tribunais administrativos e tributários, diminuindo a duração dos procedimentos.

Mas também alerta que houve um progresso limitado nas seguintes áreas: Melhoria da qualidade das finanças públicas, dando prioridade à despesa destinada a promover o crescimento económico, com o reforço do controle dos gastos, da eficiência de custos e da orçamentação adequada, com ênfase na redução duradoura dos pagamentos em atraso dos hospitais; melhoria da sustentabilidade financeira das empresas estatais, garantindo uma monitorização atempada, mais transparente e abrangente; melhoria da eficácia e adequação da rede de segurança social; direccionamento do investimento público para a investigação e inovação e para as infraestruturas ferroviárias e portuárias; e redução dos encargos administrativos e regulatórios para as empresas, reduzindo principalmente as barreiras específicas ao licenciamento.

Por fim disse que  não houve progresso no desenvolvimento de um plano para reduzir restrições em profissões altamente regulamentadas.

A dívida portuguesa agrava 3,9 pontos base para 0,276%. A dívida espanhola também sobe 3,7 pontos base para 0,25% e Itália tem os juros a 10 anos em alta de 0,6 pontos base para 0,994%.

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