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BdP revê em baixa taxa de desemprego para 6,8% este ano

O boletim do BdP destaca a recuperação verificada em 2021 do impacto da pandemia na situação laboral, com o nível de emprego a ultrapassar já o registado antes da Covid-19, mas com uma composição diferente, fruto das dificuldades experienciadas em vários sectores.
6 Outubro 2021, 11h51

O Banco de Portugal (BdP) está mais otimista para a taxa de desemprego para este ano. A expectativa era que esta continuasse a aumentar em 2021, depois dos 7% registados no final do ano passado, com o boletim anterior a apontar para uma taxa de 7,2% no final deste ano, mas no Boletim Económico divulgado esta quarta-feira pelo banco central, revê em baixa para 6,8%.

O regulador revê ainda em alta o nível de emprego para 2021, apontando a uma subida de 2,6% deste indicador no final do ano, por oposição aos 1,3% projetados no boletim de junho.

O BdP estima que as horas trabalhadas subam a um nível consideravelmente mais alto do que projetado no anterior boletim e que a taxa de desemprego caia em relação ao verificado no final de 2020, quando, em junho, a projeção apontava para uma trajetória de crescimento do desemprego em 2021.

Para o final deste ano, estima também um aumento de 8,4% nas horas trabalhadas em Portugal, o que contrasta com a previsão de 5,9% divulgada em junho.

Mercado laboral recuperou e modificou-se em 2021

O mercado laboral português recuperou em 2021 do rombo sentido com a chegada da pandemia, ultrapassando mesmo os níveis de emprego registados antes deste choque à economia, mas numa configuração diferente, fruto de uma realocação de recursos pelos vários sectores de atividade nacionais.

O documento destaca a subida de 2,6% no emprego e de 8,4% nas horas trabalhadas em 2021, o que significou um nível de emprego no final do segundo trimestre superior ao verificado no pré-pandemia. No entanto, o mercado alterou-se na sua composição, com menos pessoas empregadas nos sectores do turismo, restauração, lazer, comércio, transporte ou espetáculos e aumentos na construção, tecnologias de informação, administração pública, saúde e ensino.

Também em termos etários o mercado laboral se alterou, com uma queda na taxa de emprego dos jovens entre os 16 e os 24 anos acompanhada por um aumento da percentagem de jovens a estudar ou em formação.

Para a segunda metade do ano, a expectativa passa pela manutenção do crescimento no mercado laboral, mas a um ritmo menor do que o assinalado até agora.

Simultaneamente, a taxa de desemprego e a de subutilização do trabalho também verificaram melhorias no primeiro semestre de 2021, mantendo-se próximos dos níveis verificados antes da Covid-19. O boletim destaca ainda o impacto de medidas como o lay-off na contenção do desemprego nominal, um indicador que acabou per ser menos afetado pela crise pandémica do que o referente à subutilização do trabalho.

Já as remunerações beneficiaram da maior escassez dos recursos disponíveis, avançando 5,6% em termos homólogos no segundo trimestre deste ano, depois de terem crescido 2,7% no trimestre anterior e 2% em 2020. Esta evolução beneficiou, ainda assim, da dinâmica de subida do salário mínimo nacional entre 2019 e 2021, um efeito que se torna ainda mais relevante considerando que cerca de um quarto dos trabalhadores aufere este nível de remuneração.

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