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BdP vai manter resultados negativos nos próximos anos e alcançar equilíbrio a partir de 2026

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, afirma que o banco central se preparou para estes resultados com a constituição de provisões e garante que o Governo estava informado da evolução das contas.
Cristina Bernardo
16 Maio 2024, 12h01

O Banco de Portugal obteve um resultado operacional negativo em 2023, em linha com a tendência verificada noutros bancos centrais. Mário Centeno, governador do regulador nacional, prevê que as contas se mantenham no “vermelho” nos próximos anos.

“Esperamos que os resultados se mantenham negativos nos próximos anos, retomando valores mais próximo de um equilíbrio a partir de 2026”, afirmou Mário Centeno numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira para apresentar o relatório do conselho de administração, notando que o “importante para o Banco de Portugal e do eurossistema é o combate da inflação”.

O regulador registou um resultado negativo antes de provisões e impostos de 1.054 milhões de euros em 2023, num ano que foi muito marcado pelas decisões de política monetária que ditaram uma descida das taxas de juro para controlar a inflação elevada.

“Todos estes desenvolvimentos condicionam, moldam aquilo que é o custo do passivo do Banco de Portugal e a remuneração do seu ativo. O custo do passivo está muito associado às taxas diretoras da política monetária, refletindo diretamente essas taxas”, disse Mário Centeno.

“O desencontro entre a evolução do custo do passivo e a remuneração do ativo justifica os resultados do último ano”, que têm “subjacente uma redução do balanço”, explica, frisando que espera que as provisões acumuladas nos últimos anos sejam suficientes para fazer face a este ciclo de política monetária.

Sobre o facto de o ministro das Finanças ter ficado “surpreendido” com os resultados negativos do Banco de Portugal, Mário Centeno afirma que “foi sempre tornado público, bastante público, a evolução” das contas e que o Banco de Portugal “apresentou as contas ao Ministério das Finanças dentro dos prazos legais”, dizendo ainda que falou com o anterior e atual ministros sobre os resultados.

“Após a tomada de posse solicitei uma audiência com o ministro [das Finanças] que foi bastante produtiva e todos os temas foram abordados”, concluiu.

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