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BE acusa PSD de ter transformado a Madeira na “Indochina” do mercado imobiliário

“Preços absurdos e incompatíveis com os salários de quem vive e trabalha no arquipélago. Impossível um madeirense conseguir comprar casa e até mesmo arrendar, pois o que se vê é o aumento das rendas sem qualquer explicação que não seja a ganância de senhorios”, referiu o BE, referindo-se à habitação, durante uma iniciativa política de contacto com a população do Funchal.
4 Novembro 2024, 15h57

O Bloco de Esquerda (BE) acusou o PSD Madeira de ter transformado a Região Autónoma da Madeira na “Indochina” do mercado imobiliário.

A força partidária considerou que a Região enfrenta um “grave problema” da habitação salientando que os últimos dados apontam para um valor médio de aquisição de uma casa no Funchal a rondar meio milhão de euros.

“Preços absurdos e incompatíveis com os salários de quem vive e trabalha no arquipélago. Impossível um madeirense conseguir comprar casa e até mesmo arrendar, pois o que se vê é o aumento das rendas sem qualquer explicação que não seja a ganância de senhorios”, referiu a força partidária, durante uma iniciativa política de contacto com a população do Funchal.

“Os madeirenses estão a ser expulsos dos seus locais e das suas casas que são transformadas para Alojamento Local (AL). Andamos a vender a nossa terra a fundos de investimento imobiliário e a milionários ricos que compram casas onde não vão viver, onde investem o seu dinheiro para fugir a impostos nos seus países e não trazem qualquer desenvolvimento à ilha. E que criam, inclusive, vários outros problemas que vão além da grave crise da habitação”, afirmou o partido.

O BE considerou que o PSD Madeira, pela sua “inação”, tornou a Madeira “a Indochina” do mercado imobiliário.

“É lamentável ouvir o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, vangloriar-se com o lucro do imobiliário, que beneficia um pequeno grupo de pessoas, enquanto a maioria dos madeirenses, principalmente as novas gerações, têm cada vez mais dificuldade em ter uma casa que possam pagar com os salários que auferem”, considerou o partido.

A força partidária acrescentou que esta é também a “marca deste governo liberal do PSD Madeira e das suas políticas neo-liberais, que deixam o mercado atuar sem qualquer regulação”.

Para o BE, o principal problema da habitação “não está na falta de casas”, visto estas existirem. “Está sim no preço exorbitante das casas e das rendas, na especulação que está a ser potenciada sem critério e sem controlo”, reforçou a força partidária.

O BE considerou “fundamental”  baixar os preços das casas. Nesse sentido, o partido diz que, para isso acontecer, é “necessário regular o mercado”.

A força partidária diz que isso passa por “fixar tetos máximos nas rendas, para que as famílias não sejam expulsas das suas casas pela ganância do mercado”. O partido defendeu também o fim dos vistos gold e a proibição da venda de casas aos residentes não habituais.

O partido sugeriu também a limitação da propagação do Alojamento Local, “que tem feito dezenas de famílias deixar as suas casas devido ao aumento exorbitante” de rendas. “Também é preciso que os terrenos urbanizáveis sejam para a construção de habitação a preços controlados e que o Governo construa mais habitação social, para além do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, acrescentaram os bloquistas madeirenses.

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