BEI e Navigator assinam empréstimo de 40 milhões para acelerar descarbonização

O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a The Navigator Company assinaram um protocolo para um empréstimo de 40 milhões de euros para acelerar o programa de descarbonização da empresa.

Esta é a primeira tranche de um empréstimo total de 80 milhões de euros aprovado pelo BEI.

O empréstimo do BEI é garantido pelo InvestEU, o programa emblemático da UE que visa mobilizar mais de 372 mil milhões de euros de investimento público e privado adicional para apoiar os objetivos políticos da UE no período de 2021 a 2027.

O projeto reduzirá as emissões de gases com efeito de estufa e aumentará a eficiência energética, contribuindo para mitigar as externalidades negativas da indústria de pasta e papel.

Segundo a Navigator os investimentos irão contribuir para a implementação de tecnologia de produção de baixo carbono e produtos inovadores nas atuais instalações de pasta, papel e embalagens da Navigator em Portugal, explica o produtor integrado de floresta, pasta, papel, tissue, soluções de embalagem sustentáveis e bioenergia.

As melhorias ambientais incidirão sobre a utilização de energia renovável e medidas de eficiência energética, incluindo a
conversão de fornos de cal existentes para utilização de biomassa, a construção de uma nova caldeira a biomassa, novas turbinas de cogeração e novas centrais fotovoltaicas, explica a empresa de pasta e papel.

Os investimentos apoiarão também o desenvolvimento de produtos inovadores de base florestal destinados a substituir as embalagens plásticas de origem fóssil e a fábrica pioneira mundial da empresa em Aveiro, para a produção de embalagens de celulose moldada a partir de pasta de eucalipto, acrescenta a Navigator.

O projeto integra o programa TechEU do Grupo BEI para acelerar a inovação na União Europeia, que visa mobilizar 250 mil milhões em investimentos até 2027 para startups, scale-ups e empresas inovadoras em toda a Europa.

Especificamente, o projeto contribuirá para a vertente de tecnologias limpas (cleantech) do TechEU, promovendo a descarbonização industrial e transformando processos industriais com ideias e soluções competitivas e de baixo carbono.

“Este acordo de financiamento constitui mais um passo numa relação duradoura com o BEI, que tem sido fundamental para assegurar que as ambições da Navigator sejam concretizadas atempadamente e que cumpramos a nossa missão de partilhar com a sociedade não apenas os nossos resultados, mas também o nosso conhecimento, experiência e recursos na prossecução de um futuro melhor”, refere Fernando Araújo, Administrador Executivo da Navigator, citado no comunicado.

“Com esta operação, a Navigator reforça o seu compromisso com as finanças sustentáveis, consolidando simultaneamente a estrutura da sua dívida, cuja maturidade média ultrapassa atualmente os cinco anos. O perfil de reembolso encontra-se devidamente escalonado, contribuindo para uma gestão financeira equilibrada e previsível, refletindo a robustez da estrutura financeira da Navigator e a sua credibilidade nos mercados financeiros”, acrescenta.

O empréstimo apoia a ação climática e a sustentabilidade ambiental, bem como a bioeconomia e a agricultura — duas das oito prioridades centrais definidas no Roteiro Estratégico 2024-2027 do Grupo BEI.

Integra igualmente o plano de ação do BEI de apoio ao REPowerEU, o programa destinado a reforçar a segurança energética e acelerar a transição energética, reduzindo a dependência da União Europeia das importações de combustíveis fósseis.

Este novo financiamento reforça o apoio contínuo do BEI à estratégia de descarbonização da Navigator, complementando anteriores acordos de financiamento entre as duas entidades, o mais recente dos quais assinado em 2023: Portugal: o BEI apoia a Navigator com um empréstimo de 115 milhões para acelerar o investimento em descarbonização, lê-se no comunicado.

“Este projeto é um excelente exemplo de como o BEI pode apoiar as empresas no seu caminho rumo à neutralidade carbónica, ao mesmo tempo que promove a inovação e reforça a competitividade. A inovação aplicada à sustentabilidade torna a indústria europeia mais resiliente e competitiva, proporcionando aos consumidores acesso a produtos mais amigos do ambiente”, defende Jean-Christophe Laloux, Diretor-Geral das Operações de Financiamento e Consultoria na União Europeia do BEI.