[weglot_switcher]

Bezos oferece 1,7 mil milhões de euros para voltar a entrar na corrida à Lua

Devido a falta de financiamento, a Nasa anunciou que só poderia conceder o contrato a uma empresa, em vez das duas habituais. Este ano, a agência recebeu 850 milhões de dólares (721,7 milhões de euros) dos 3,3 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) solicitados ao Congresso norte-americano para construir o módulo lunar. 
  • Joe Raedle/Getty Images
27 Julho 2021, 11h54

O multimilionário ofereceu-se para cobrir dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) dos custos suportados pela Nasa, de forma a voltar a ser considerado para a construção de um sistema de pouso na Lua que levará os astronautas à superfície lunar em 2024, avança a “BBC”.

No passado mês de abril, foi o multimilionário Elon Musk que ganhou o contrato para a construção deste mesmo sistema. A agência espacial concedeu um contrato de 2,9 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) ao fundador da Tesla e da SpaceX e rejeitou a oferta da Blue Origin, que ainda não se tinha aventurado a ir ao espaço.

“A Blue Origin vai preencher o défice de financiamento do HLS [Human Landing System], renunciando a todos os pagamentos do atual e dos próximos dois anos fiscais do governo até dois mil milhões de dólares, para colocar o programa de volta no caminho certo”, escreveu Jeff Bezos ao administrador da Nasa, Bill Nelson. “Esta oferta não é um adiamento, mas uma renúncia definitiva e permanente a esses pagamentos”, adiantou o multimilionário.

Devido a falta de financiamento, a Nasa anunciou que só poderia conceder o contrato a uma empresa, em vez das duas habituais. Este ano, a agência recebeu 850 milhões de dólares (721,7 milhões de euros) dos 3,3 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) solicitados ao Congresso norte-americano para construir o módulo lunar.

Foi a responsável pela exploração humana da Nasa, Kathy Lueders, que admitiu que o orçamento disponibilizado impedia a agência de escolher duas empresas. Assim, a Nasa optou pelos registos da SpaceX, que já detém algumas missões, e também se acredita que o orçamento proposto por Elon Musk tenha sido o mais barato.

Desta forma, o veículo cilíndrico Starship da SpaceX deverá levar os astronautas, naquela que marca a primeira missão da Nasa à superfície rochosa desde 1972.

Na altura do primeiro concurso, a Blue Origin de Bezos realizou uma parceria com os gigantes aeroespaciais Lockheed Martin, Northrop Grumman e Draper, de forma a ter melhores hipóteses de ser escolhido para o programa.

O projeto das empresas foi chamado de módulo Lua Azul, assemelhando-se a uma versão reforçada do módulo que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin à superfície lunar em 1969.

Na carta enviada a Bill Nelson, Bezos enfatizou a herança comprovada da Lua Azul. “Criámos um sistema de pouso lunar do século XXI inspirado na bem caracterizada arquitetura Apollo – uma arquitetura com muitos benefícios”. “Um dos seus benefícios importantes é a prioridade da segurança”.

Bezos notou ainda, na sua carta, o recurso ao hidrogénio como combustível pela Blue Origin, algo que se encaixa nos objetivos de longo prazo da Nasa para reabastecer as naves de exploração com gelo extraído diretamente da Lua. Assim, a água é dividida em hidrogénio e o oxigénio para os motores dos foguetes.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.