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Biden bloqueia negócio de 14,5 mil milhões na indústria do aço

A japonesa Nippon Steel queria avançar para a compra da U.S. Steel, mas o ainda presidente Joe Biden optou por bloquear a transação. As empresas garantem que a decisão não tem fundamento legal e asseguram que vão avançar para a justiça.
6 Janeiro 2025, 07h00

Joe Biden, presidente dos EUA, intercedeu num negócio da indústria do aço, de forma a bloqueá-lo. Neste âmbito, o próprio apontou ao objetivo de defender os “interesses nacionais” norte-americanos.

Em causa está a compra da U.S. Steel, empresa norte-americana sediada em Pittsburgh, por parte da japonesa Nippon Steel, em troca de 15 mil milhões de dólares (14,55 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual). O chefe de Estado dos EUA lembrou que, na campanha para as presidenciais (antes de recuar para dar o lugar a Kamala Harris, que acabou derrotada por Donald Trump), já havia demonstrado intenção de evitar este negócio.

Entendidos na matéria têm dito que as instalações da U.S. Steel necessitam de novos investimentos, de forma a que se possam renovar. Em 2023, a empresa dava emprego a 21.800 trabalhadores e as suas propriedades valiam um total de 20,45 mil milhões de dólares.

“Precisamos de grandes empresas dos EUA a representar a maioria da capacidade de produção de ferro, de forma a continuarmos a liderar a luta em prol dos interesses da América”, de acordo com um comunicado da presidência norte-americana, divulgado na sexta-feira.

Biden diz ainda que colocar a U.S. Steel sob controlo dos japoneses levantaria sérios problemas em matéria de “segurança nacional e para as nossas cadeias de abastecimento essenciais”.

Recorde-se que Donald Trump vai tomar posse no próximo dia 20 de janeiro.

Empresas protestaram a decisão

A Nippon Steel e a U.S. Steel reagiram à decisão, que dizem estar ligada aos objetivos políticos de Biden. Através de um comunicado conjunto, ambas criticaram os argumentos apresentados por Biden e levantaram inclusivamente questões legais.

O bloqueio “reflete uma clara violação do devido processo legal e da lei”, assinalam, além de sublinharem que Biden não terá apresentado qualquer prova de que o negócio iria levantar problemas de segurança nacional.

Assim sendo, as companhias prometem colocar uma ação na justiça norte-americana. “Não temos escolha a não ser tomar todas as medidas apropriadas para proteger nossos direitos legais”, esclarece-se no mesmo documento.

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