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Bielorrússia: Putin reitera disponibilidade para apoio militar

O Kremlin diz-se preparado para ajudar Minsk caso a situação fique “fora de controlo”, apesar dos apelos da União Europeia e estados-membros vizinhos para se abster de intrometer na política interna bielorrussa.
  • Protestos na Bielorrússia após eleição de Lukashenko para o sexto mandato consecutivo
27 Agosto 2020, 17h56

Vladimir Putin expressou a sua disponibilidade para auxiliar militarmente Alexander Lukashenko, o líder da Bielorrússia, ou de outras formas que o presidente considere úteis. As declarações surgem depois de Lukashenko ter já questionado sobre a disponibilidade do Kremlin em enviar tropas para o país.

“[Lukashenko] pediu-me para constituir uma reserva de membros das autoridades, pelo que o fiz. Mas também concordamos que não a utilizaríamos a não ser que a situação fique fora de controlo”, disse Putin numa entrevista à televisão estatal russa.

Lukashenko tem defendido nos últimos dias que os protestos no país são resultado de uma tentativa da NATO de desestabilizar o país, tendo mesmo acusado a Polónia de querer ocupar uma parte do território bielorrusso, a região de Grodno. A semana passada, um contingente militar foi enviado para a zona fronteiriça em questão.

A Bielorrússia e a Rússia mantêm um acordo supranacional de colaboração, a União da Rússia e Bielorrússia. O Kremlin tem garantido que cumprirá com as suas obrigações neste pacto, incluindo “a proteção da soberania, fronteiras externas e estabilidade” do seu aliado, afirmou Putin.

O primeiro-ministro polaco já veio pedir à Rússia que “retire imediatamente os planos de intervenção militar na Bielorrússia sob o falso pretexto de ‘recuperar o controlo’”, lê-se no tweet do líder.

A Bielorrússia encontra-se envolvida num turbilhão político, depois da vitória arrasadora, mas com suspeitas de fraude do passado dia 9 de agosto, em que o presidente conseguiu o sexto mandato com 80% dos votos. O processo eleitoral levou a protestos por todo o país e ao exílio da principal candidata da oposição, Svetlana Tikhanovskaya, que fugiu para a Lituânia depois de repetidas ameaças à sua segurança.

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