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BiG revê Altri em baixa por causa do declínio do preço da celulose

O BiG reviu em baixa a recomendação para a ação para “vender”, face ao anterior “manter”. O preço-alvo é 5,75 euros por ação, o que representa um potencial de desvalorização de 26%.
14 Março 2019, 21h13

O declínio dos preços da celulose é o maior risco para os negócios da Altri, diz numa nota de research o BiG.
Os preços de celulose atingiram o pico de 1.050 dólares/tonelada (FOEX BHKP) em 2018 e, desde então, caíram mais de 6,5%. O impacto na receita da Altri do recente declínio foi parcialmente compensado pela subida do dólar. Para 2019, o analista João Calado espera um preço médio de 975 dólares/ton (FOEX BHKP) para a celulose e uma taxa de conversão de euros em dólares de 1,15, o que será traduzido numa queda de 3% nas receitas de celulose da Altri.

“O resultado líquido por ação deverá cair a partir de 2019 em linha com os preços da celulose, o que dificultará muito a sustentação de um dividendo tão alto, se considerarmos uma desalavancagem da empresa”, lê-se na nota do BiG.

O dividendo proposto de 0,72 euros por ação não é sustentável a longo prazo, diz o BiG, sustentado que a decisão da Altri de aumentar mais de 100% o seu dividendo pegou de surpresa muitos investidores. A empresa afirmou que “2018 foi um ano histórico para a Altri”, pelo que este dividendo é provavelmente uma exceção.

A Altri brilhou hoje na bolsa, ao disparar mais de 8% depois de ter mais do que duplicado lucros e dividendo.

A empresa de Paulo Fernandes registou um decréscimo de 2% em termos de vendas no 4º trimestre de 2018, que atingiu os 201,2 milhões de euros (versus os 212,4 milhões de euros esperados pelo BiG). Essa redução nas receitas foi causada por um declínio nos volumes vendidos (-4,2% em relação ao trimestre anterior) devido a “uma redução na procura de polpa BHKP à escala global”, o que levou a um aumento nos stocks da empresa.

O EBITDA atingiu 74,7 milhões de euros (versus 86,2 milhões de euros esperados pelo BiG) e o resultado líquido foi de 74,1 milhões de euros (o que compara com 55,7 milhões de euros estimados pelo banco), devido a um ganho extraordinário na compra da participação remanescente de 50% na Bioeléctrica, por 26 milhões de euros.

O Capex em 2018 atingiu os 64 milhões (excluindo o investimento extraordinário de 100 milhões para adquirir a participação remanescente na Bioeléctrica), mas para 2019 a Altri prevê investir cerca de 80 milhões, o que incluirá 30 milhões para o projeto Biomassa na Figueira da Foz.

Em relação à dívida líquida, aumentou para 433 milhões de euros contra 389 milhões de euros no final de 2017.

O BiG reviu em baixa a recomendação para a ação para “vender”, face ao anterior “manter”. O preço-alvo é 5,75 euros por ação, o que representa um potencial de desvalorização de 26%. “A contribuir para esta revisão esteve o recente declínio acentuado nos preços da celulose, que foi ainda maior do que prevíamos. Também tivemos em conta um investimento maior do que o esperado para 2019 e a aquisição da participação remanescente na Bioelétrica”, diz a nota.

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