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Bill Gates pode deixar de ser o mais rico do mundo (e a culpa é da filantropia)

Bill Gates é o homem mais rico do mundo, apesar de já ter doado mais de três mil milhões de dólares a projetos de assistência social. A este ritmo, a sua filantropia pode custar-lhe o lugar cimeiro do ranking Bloomberg dos mais ricos do planeta.
Kamil Zlhnioglu/Reuters
13 Outubro 2017, 13h54

Bill Gates ainda é o homem mais rico do mundo de acordo com o índice da Bloomberg que mede o valor das fortunas dos 500 mais ricos do planeta, com uma fortuna avaliada em 86,8 mil milhões de dólares. Mas a diferença para o segundo classificado, Jeff Bezos (fundador da Amazon, 85,3 mil milhões de dólares) cifra-se agora em “meros” 1,5 mil milhões de dólares e o fundador da Microsoft enfrenta mesmo a possibilidade de perder o seu lugar para Bezos.

A culpa é da sua veia filantrópica. Desde 1996 que Gates tem vindo a doar grande parte da sua fortuna. Até agora foram 700 milhões de ações da Microsoft e mais de 2,9 mil milhões de dólares em dinheiro. Segundo os cálculos da Bloomberg, sem estas doações, a fortuna de Gates valeria 150 mil milhões de dólares, quase o dobro da Bezos.

Aliás, o segundo lugar de Bezos neste índice deve-se mais à caridade alheia que o que se possa pensar. É que Warren Buffett, atualmente o terceiro do ranking, tem vindo a doar à caridade ações da Berkshire Hathaway Inc. há mais de uma década. Novamente de acordo com os cálculos da Bloomberg, se tal não acontecesse, os 80,6 mil milhões de dólares que vale Buffett seriam 135 mil milhões, bem mais que o fundador da Amazon.

Giving Pledge
Em 2010, estes dois milionários fundaram o Giving Pledge, uma iniciativa que já conta com mais 168 milionários, todos assumindo o compromisso de doar à caridade a maior parte das suas fortunas. Apesar disso, a filantropia dos milionários representa apenas uma pequena parte do total de donativos recebido pela Fundação Bill & Melinda Gates, através da qual Gates e Buffett fazem a grande maioria dos seus donativos. Em 2016, esta fundação atribuiu 4,3 mil milhões de dólares, pouco mais de 1% do total de 390 mil milhões de dólares que foram doados a instituições de caridade no total dos EUA, segundo os dados do Giving Institute.

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