Depois de tempos difíceis, a Bitcoin volta a renascer. A maior criptomoeda mundial viu o seu valor crescer significativamente no último ano, em quase 160%. E o ano de 2024 também começou da melhor forma: a Bitcoin ultrapassou a barreira dos 45 mil dólares, numa valorização superior a 4%.
“Apesar dos desafios económicos, o valor da criptomoeda subiu quase 160% num ano, surpreendendo os investidores que alegaram que o mercado cripto estava morto”. Esta é a opinião da AltIndex.com, que mostra ainda que a subida da Bitcoin voltou a entregar grandes lucros.
A verdade é que a Bitcoin iniciou as negociações de 2023 a valer pouco mais de 16 mil dólares, um valor muito aquém do máximo histórico de 60 mil dólares. Agora, tudo indica que o criptoativo se possa aproximar, a passos curtos e ponderados, desse valor.
Henrique Tomé, analista da XTB, lembra mesmo a desvalorização “de mais de 60%” em 2022. Ainda assim, o ativo recuperou-se (apesar do dinheiro perdido por muitos investidores) e continua vivo e em franca recuperação.
“As notícias e os rumores de que dão conta que a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) deverá aprovar em breve a comercialização de ETFs em Bitcoin têm estado na base do atual o momentum de alta do mercado que se está a registar”, explica Henrique Tomé ao Jornal Económico.
“Além disso, este também será um acontecimento marcante para esta nova classe de ativos, que passa a poder ser negociada através de ETFs, tal como as classes de ativos mais tradicionais, como equity, commodity, entre outras”, adianta o analista.
Para Ana Paula Pereira, jornalista especializada em finanças e criptomoedas do Brasil, “a aprovação de um ETF de Bitcoin no mercado à vista de Wall Street é, sem dúvida, um dos maiores acontecimentos para a indústria de criptomoedas desde a invenção da Bitcoin”. Só isto, no fundo, é um grande passo para os touros.
“Espera-se que a introdução dos ETFs se traduza num aumento do capital para este novo ecossistema numa apreciação da Bitcoin e da maioria das altcoins”, conta Henrique Tomé. Ora, a jornalista brasileira diz que o ETF vai “consolidar a Bitcoin como um veículo de investimento e a expectativa é que os ETFs impulsionem novas altas no preço da criptomoeda”.
Ou seja, caso se concretize esta comercialização, o valor da Bitcoin deverá dar um salto ainda maior.
“Só a BlackRock, maior gestora de ativos financeiros do mundo, citou uma injeção inicial de dez milhões de dólares no seu ETF, enquanto a Bitwise mencionou 200 milhões de dólares de injeção no ETF no seu último documento enviado à SEC na semana passada”, explica Ana Paula Pereira, E o que significa? Que as gestoras de ativos não querem ficar de fora da valorização da criptomoeda.
“Além disso, os ETFs devem abrir as portas para que outros investidores, que não querem lidar com toda a complexibilidade de fazer transações com criptomoedas, possam ter cripto em seus portfólios. Isso significa mais liquidez de mercado. Por outro lado, um dos possíveis impactos negativos que vamos ter que observar é como os ETFs podem impactar a blockchain da Bitcoin. A rede tem sofrido nos últimos meses com um alto volume de transações, o que aumenta o preço das taxas pagas para fazer transações com Bitcoin. Um maior volume de transações na blockchain do Bitcoin deve aumentar ainda mais as taxas da rede”, acrescenta a jornalista.
Ainda assim, e apesar deste receio, pouco deve afastar os investidores.
Já Henrique Tomé defende que “as atuais expectativas de cortes sobre os juros para este ano estão a fazer com que os investidores comecem a antecipar uma mudança nas políticas monetárias, o que também apoia o sentimento de alta à volta do mercado cripto e dos ativos de risco”.
Dados da plataforma de análise Glassnode indica que mais de um milhão de indivíduos possui, pelo menos, uma Bitcoin na carteira digital. No último ano, esse número cresceu em 20%, com muitos à procura de investimento fácil devido ao crescimento sentido ao longo dos meses.
No entanto, os investidores ainda têm receio. “O número de investidores com mais de dez Bitcoins na carteira aumentou ligeiramente no último ano, passando de 154.300 para 155.700”.
Os mesmos dados mostram que 87,5% dos detentores de Bitcoin estão a ter lucro com o ativo digital, apresentando uma subida consistente desde os 65,5% registados em setembro.
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