A vitória categórica de Donald Trump e do Partido Republicano foi o principal foco dos mercados na sessão desta quarta-feira, com mexidas expressivas nos mais variados ativos. Dos máximos históricos em Wall Street e na Bitcoin às quedas nas praças europeias, são vários os fatores que chamam a atenção dos mercados.
Por cá, o índice PSI tombou 3,27%, até aos 6.334 pontos. As ações da EDP Renováveis penalizaram fortemente, ao recuarem 11,08% para 11,24 euros, ao mesmo tempo que a EDP contraiu 7,10% e ficou-se pelos 3,321 euros.
Em simultâneo, a Mota-Engil recuou 2,52% até aos 2,476 euros, ao passo que o BCP contraiu 2,11% para 0,4461 euros. Por outro lado, a subida mais acentuada foi protagonizada pelos títulos da Ibersol, que somaram 1,08%, até aos 7,46 euros.
Entre as praças europeias também se registaram quedas, sobretudo em Espanha, já que o principal índice resvalou 2,93%. O IBEX 35 foi penalizado sobretudo pelas quedas no setor da banca, lideradas pelo Banco de Sabadell e pelo BBVA, já que ambos tombaram mais de 6%. Seguiram-se descidas de mais de 4% no Santander e mais de 3% no Caixabank.
Seguiram-se descidas de 1,63% em Itália, 1,47% no índice agregado Euro Stoxx 50 e 1,09% na Alemanha. França perdeu 0,51% e o Reino Unido recuou 0,11%.
Os receios de que Trump vai aumentar as tarifas sobre importações penalizaram o setor automóvel, que registou quedas superiores a 6% na BMW e na Mercedes-Benz, ao mesmo tempo que a Volkswagen registou uma contração para lá dos 4%.
Em simultâneo, as obrigações da dívida portuguesa caíam a dois e a cinco anos (3,76% e 0,71%, respetivamente), ao passo que a dois anos se observou uma subida (0,03%), até à hora de fecho dos mercados. Nos EUA o sentimento foi muito distinto, com os títulos de dívida a avançarem 3,48%.
Máximos históricos em Wall Street e na Bitcoin
Na bolsa de Nova Iorque o sentimento era substancialmente distinto, à hora de fecho das bolsas do continente europeu. As subidas expressivas nos índices S&P 500, Nasdaq (ambos ganhavam acima de 2%) e Dow Jones (superior a 3%) estavam a negociar em máximos históricos.
O sentimento positivo gerado pela vitória de Donald Trump é notório, sendo especialmente visível na negociação das ações da Tesla, que atingem máximos de mais de dois anos.
O dono e CEO da empresa, Elon Musk, foi um dos grandes apoiantes do candidato republicano durante toda a campanha para as eleições. Agora, os mercados antecipam que a fabricante de veículos elétricos possa beneficiar de medidas apresentadas pelo presidente norte-americano eleito, que vai tomar posse em janeiro.
Assim sendo, os títulos da Tesla estavam a valorizar perto de 14% quando os mercados europeus foram dados por encerrados. Assim sendo, as ações registavam máximos de setembro de 2024, o que significa que há mais de dois anos que a cotação de mercado da empresa não era tão elevada.
No mesmo sentido, houve fortes subidas nos criptomercados. A Bitcoin estava a ser negociada acima dos 74.450 dólares, o que significa um máximo histórico e equivale a uma valorização na ordem de 6,50%. Outras criptomoedas registaram valorizações que valem a pena mencionar, como é o caso do Ethereum, que se adiantou mais de 8%.
Em causa estão as promessas feitas por Donald Trump, entre elas a de despedir o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Gary Gensler assumiu uma postura agressiva no que respeita à regulação das criptomoedas. As medidas do próprio deixaram desagradado Donald Trump, que procura que o mercado tenha regras menos restritivas.
Política monetária marca quinta-feira
Os resultados das presidenciais norte-americanas ainda podem mexer com o sentimento dos investidores, mas a sessão desta quinta-feira deverá mesmo ficar marcada pelas novidades da Fed no capítulo da política monetária.
A última reunião do banco central em 2024 teve início na quarta-feira e, durante a tarde desta quinta-feira, Jerome Powell vai discursar para dar a conhecer a decisão tomada. Os mercados estão a apontar para um novo corte nos juros, na ordem de 25 pontos base.
De recordar que, após a política agressiva de subidas, que levou as taxas de juro de referência até aos 5,50%, a Fed efetuou um primeiro corte na última reunião, realizada em setembro. Naquela altura, os juros foram reduzidos em 50 pontos.
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