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Bitcoin e Tesla disparam. Praças europeias caem após vitória de Trump

Os resultados das eleições presidenciais nos EUA geraram ganhos de confiança em Wall Street, com novos máximos nos principais índices. No continente europeu, as bolsas europeias apresentaram quedas expressivas, nomeadamente ao nível do setor automóvel e banca, em função das promessas feitas por Trump.
7 Novembro 2024, 07h30

A vitória categórica de Donald Trump e do Partido Republicano foi o principal foco dos mercados na sessão desta quarta-feira, com mexidas expressivas nos mais variados ativos. Dos máximos históricos em Wall Street e na Bitcoin às quedas nas praças europeias, são vários os fatores que chamam a atenção dos mercados.

Por cá, o índice PSI tombou 3,27%, até aos 6.334 pontos. As ações da EDP Renováveis penalizaram fortemente, ao recuarem 11,08% para 11,24 euros, ao mesmo tempo que a EDP contraiu 7,10% e ficou-se pelos 3,321 euros.

Em simultâneo, a Mota-Engil recuou 2,52% até aos 2,476 euros, ao passo que o BCP contraiu 2,11% para 0,4461 euros. Por outro lado, a subida mais acentuada foi protagonizada pelos títulos da Ibersol, que somaram 1,08%, até aos 7,46 euros.

Entre as praças europeias também se registaram quedas, sobretudo em Espanha, já que o principal índice resvalou 2,93%. O IBEX 35 foi penalizado sobretudo pelas quedas no setor da banca, lideradas pelo Banco de Sabadell e pelo BBVA, já que ambos tombaram mais de 6%. Seguiram-se descidas de mais de 4% no Santander e mais de 3% no Caixabank.

Seguiram-se descidas de 1,63% em Itália, 1,47% no índice agregado Euro Stoxx 50 e 1,09% na Alemanha. França perdeu 0,51% e o Reino Unido recuou 0,11%.

Os receios de que Trump vai aumentar as tarifas sobre importações penalizaram o setor automóvel, que registou quedas superiores a 6% na BMW e na Mercedes-Benz, ao mesmo tempo que a Volkswagen registou uma contração para lá dos 4%.

Em simultâneo, as obrigações da dívida portuguesa caíam a dois e a cinco anos (3,76% e 0,71%, respetivamente), ao passo que a dois anos se observou uma subida (0,03%), até à hora de fecho dos mercados. Nos EUA o sentimento foi muito distinto, com os títulos de dívida a avançarem 3,48%.

Máximos históricos em Wall Street e na Bitcoin

Na bolsa de Nova Iorque o sentimento era substancialmente distinto, à hora de fecho das bolsas do continente europeu. As subidas expressivas nos índices S&P 500, Nasdaq (ambos ganhavam acima de 2%) e Dow Jones (superior a 3%) estavam a negociar em máximos históricos.

O sentimento positivo gerado pela vitória de Donald Trump é notório, sendo especialmente visível na negociação das ações da Tesla, que atingem máximos de mais de dois anos.

O dono e CEO da empresa, Elon Musk, foi um dos grandes apoiantes do candidato republicano durante toda a campanha para as eleições. Agora, os mercados antecipam que a fabricante de veículos elétricos possa beneficiar de medidas apresentadas pelo presidente norte-americano eleito, que vai tomar posse em janeiro.

Assim sendo, os títulos da Tesla estavam a valorizar perto de 14% quando os mercados europeus foram dados por encerrados. Assim sendo, as ações registavam máximos de setembro de 2024, o que significa que há mais de dois anos que a cotação de mercado da empresa não era tão elevada.

No mesmo sentido, houve fortes subidas nos criptomercados. A Bitcoin estava a ser negociada acima dos 74.450 dólares, o que significa um máximo histórico e equivale a uma valorização na ordem de 6,50%. Outras criptomoedas registaram valorizações que valem a pena mencionar, como é o caso do Ethereum, que se adiantou mais de 8%.

Em causa estão as promessas feitas por Donald Trump, entre elas a de despedir o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Gary Gensler assumiu uma postura agressiva no que respeita à regulação das criptomoedas. As medidas do próprio deixaram desagradado Donald Trump, que procura que o mercado tenha regras menos restritivas.

Política monetária marca quinta-feira

Os resultados das presidenciais norte-americanas ainda podem mexer com o sentimento dos investidores, mas a sessão desta quinta-feira deverá mesmo ficar marcada pelas novidades da Fed no capítulo da política monetária.

A última reunião do banco central em 2024 teve início na quarta-feira e, durante a tarde desta quinta-feira, Jerome Powell vai discursar para dar a conhecer a decisão tomada. Os mercados estão a apontar para um novo corte nos juros, na ordem de 25 pontos base.

De recordar que, após a política agressiva de subidas, que levou as taxas de juro de referência até aos 5,50%, a Fed efetuou um primeiro corte na última reunião, realizada em setembro. Naquela altura, os juros foram reduzidos em 50 pontos.

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