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Bolsa de Lisboa em queda com novo ‘lockdown’ económico no horizonte. Europa em alta

A maioria das principais bolsas europeias encerrou em alta, com o PSI-20 e o Footsie a figurarem entre as exceções. Destaque para a queda das ações do BCP, Galp, NOS, Mota e Semapa. A Jerónimo Martins foi das poucas ações que subiram. Na Europa a espanhola Telefonica e o Carrefour dispararam.
  • Reuters
13 Janeiro 2021, 17h23

Os índices PSI-20 e o britânico Footsie foram as exceções aos ganhos europeus registados nas principais praças europeias na sessão desta quarta-feira.

O PSI-20 fechou nos 5.091,61 pontos (-0,69%) e o FTSE 100 perdeu 0,13% para 6.745,52 pontos. Quase todos os outros índices europeus fecharam no verde (à exceção ainda da Irlanda, Polónia, Noruega e Suíça).

Por cá a Galp, o BCP, a Mota-Engil, a NOS e a Semapa lideraram as perdas. Depois da notícia de mudança de CEO, a Galp caiu -2,59% para 9,26 euros; a Mota-Engil recuou 3,19% para 1,456 euros; o BCP perdeu 2,84% para 13,36 euros; a NOS fechou em queda de 2,63% para 3,03 euros e a Semapa registou uma descida de 2,72% para 8,93 euros. A Altri foi outro título em forte queda (-1,80% para 5,18 euros), assim como a Ibersol que voltou a cair 1,77% para 4,99 euros.

Como convém a um período de lockdown económico, o retalho alimentar destacou-se nas subidas, já que os supermercados estão entre as exceções ao encerramento da economia decretado pelo Governo. A Jerónimo Martins subiu 1,93% para 14,77 euros.

O analista do Millennium BCP Investimento, Ramiro Loureiro, aponta que a subida das ações é uma boa reação às vendas da Jerónimo Martins anunciadas ontem. As vendas líquidas consolidadas anuais subiram 3,5% para 19,293 mil milhões de euros. Em moeda local o crescimento foi de 6,7%. As vendas na unidade polaca Biedronka aumentaram 10,4% (6,7% em euros), para 13,465 mil milhões de euros, ofuscando a queda de 1,9% na do Pingo Doce, para 3,869 mil milhões de euros. Destaque ainda para o aumento de 24,4% nas receitas vindas da unidade colombiana Ara, em moeda local, subindo 8,9% em euros, para 854 milhões de euros. No quarto trimestre as vendas comparáveis na Polónia cresceram 6,9%, enquanto em Portugal recuaram 2%.

Além da retalhista, só as ações da EDP Renováveis e da REN fecharam no verde. A primeira subiu 0,43% para 23,50 euros e a segunda +0,63% para 2,405 euros.

A maioria das principais bolsas europeias encerrou em alta. O EuroStoxx 50 valorizou 0,12% para 3.616,5 pontos.

O CAC 40 fechou em alta de 0,21% para 5.662,7 pontos; o alemão DAX avançou 0,11% para 13.939,7 pontos; o FTSE MIB de Milão subiu 0,43% para 22.734,65 pontos e o IBEX ganhou 0,26% para 8.367,4 pontos.

No exterior a espanhola Telefonica disparou (+9,67%) perante a venda da divisão de Torres na Europa e América Latina e o Carrefour (+13,42%) com notas de que a Couche-Tard está em negociações para adquirir a retalhista de alimentação francesa, refere o analista de mercados Ramiro Loureiro, da Mtrader.

“No universo Stoxx 600 o setor de telecomunicações foi o mais animado, com a Telefonica a valorizar mais de 9%, depois da subsidiária Telxius vender a divisão de Torres na Europa e America Latina por 7,7 mil milhões, com o encaixe a permitir quase 5 mil milhões de euros de redução de dívida. Em França o Carrefour dispara perante notas de que a Couche-Tard está em negociações para adquirir a retalhista de alimentação francesa, havendo rumores de que o negócio poderá ser feito por volta dos 20 euros por ação, cerca de 30% acima da cotação de fecho de 12 de janeiro. Já a Just Eat Takeaway desvaloriza 4% em reação aos dados do quarto trimestre”, refere o mesmo analista.

No mercado destaque ainda para as notícias de que o CEO da Renault irá anunciar o seu plano de recuperação; e para os dados da Volkswagen, que revelam que as entregas de veículos contraem 15% em 2020.

Já a Solvay, a maior empresa química da Bélgica, planeia reestruturação e pode reduzir cerca de 900 postos de trabalho

No mercado de dívida hoje Portugal financiou-se a 10 anos com juros negativos pela primeira vez. No mercado secundário, os juros da dívida portuguesa caem 3,41 pontos base para 0%. Espanha tem os juros a 10 anos a caírem 4,03 pontos para uma yield de 0,07%. Já Itália vê os seus juros caírem 5,02 pontos base para 0,60% e o benchmark que é a dívida alemã recua 5,26 pontos base com os juros em -0,52%.

O euro cai 0,40% para 1,2158 dólares.

No mercado dos futuros do barril de petróleo, o Brent, referência para a Europa, cai 0,67% para 56,20 dólares.

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