[weglot_switcher]

Bolsa de Lisboa fecha no verde em contraciclo com a praça de Madrid

“A pausa no rally do mercado obrigacionista e que esteve traduzido na queda das yields de maturidades longas, também ajuda a suportar os mercados acionistas”, referem os analistas.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
28 Março 2019, 17h46

As bolsas europeias tiveram um comportamento misto, com o PSI 20 a fechar em terreno positivo de 0,17% para 5.177,4 pontos. A liderar o cabaz de 10 títulos em alta do índice esteve a Altri que valorizou 1,02% para 6,910 euros.

No sentido oposto estão as ações da Galp que caíram -0,35% para 14,130 euros.

“A bolsa nacional beneficiou da performance positiva das ações mais sensíveis às yields como a EDP (+0,40% para 3,504 euros) e a EDP Renováveis (+0,48% para 8,440 euros)”, disse o analista do BPI.

“Também os CTT (+ 0,39% para 2,560 euros) e a Jerónimo Martins (+0,66% para 12,995 euros) foram favorecidos pelo menor nervosismo em relação à economia global demonstrada pelos investidores globais”, comentou o BPI.

Ao nível empresarial, de salientar que a Sonae Indústria reportou ontem os seus resultados relativos a 2018. O resultado líquido atingiu os 11 milhões de euros, embora tenha sido anunciada uma queda de 27,80% face aos 15,3 milhões registados no ano anterior. As receitas ascenderam aos 220 milhões, o EBITDA recorrente fixou-se nos 26,7 milhões de euros. A reação a isto é uma queda das ações da família Sonae. A Sonae SGPS caiu -0,86% para 0,926 euros. A Sonae Capital desceu -0,57% para 0,875 euros.

As praças europeias encerram divididas entre os ganhos do Dax, do PSI20 e do Footsie e as perdas do CAC, IBEX e Footsie MIB.

“O índice londrino acabou por ter uma performance acima dos pares no rescaldo de uma série de votações no Parlamento britânico”, refere o analista da Mtrader (BCP) Ramiro Loureiro. O FTSE 100 subiu 0,56% para 7.234,33 pontos.

O global EuroStoxx 50 caiu 0,05% para 3.320,3 pontos.

O CAC 40 caiu 0,09% para 5.296,5 pontos; o Dax valorizou 0,08% para 11.428,2 pontos; o IBEX caiu 0,60% para 9.174,7 pontos e o italiano FTSE MIB  perdeu 0,53% para 21.080,9 pontos.

“A libra foi acentuando o movimento de depreciação ao longo da sessão. Notas de mercado indicam que o acordo negociado entre o Governo de May e Bruxelas pode ser votado na sexta-feira”, diz o analista do Grupo Millennium bcp.

O mesmo analista salienta que “a Banca foi dos setores mais penalizados perante as notas vinda da Turquia e o escândalo a envolver o sueco Swedbank”. O BCP realça que “os CDS disparam e lira está em queda”.  A Banca, que ontem se mostrou muito animada, condicionou a subida dos índices espanhol e italiano. Em Portugal o BCP  fechou a subir 0,17% para 0,229 euros.

A pesar sobre o sentimento dos investidores poderá ter estado ainda a notícia (não confirmada) reportada pelo Financial Times de que o Deutsche Bank (atualmente em conversações para uma possível com o Commerzbank) estaria a estudar um aumento de capital entre os 3.000 milhões e os 10.000 milhões de euros.

“A alemã Bayer fechou a sétima sessão consecutiva de quedas depois de perder novo caso a envolver o Roundup [a Bayer comprou a Monsanto e foi descoberto que o herbicida Roundup terá provocado cancro a utilizadores]”, diz o analista do BCP.

“De resto, os investidores estão muito focados nos sinais que possam antecipar inversões do ciclo económico, assim como nas negociações comerciais entre os EUA e a China. Hoje, o principal conselheiro económico de Trump disse que as conversações poderiam durar semanas ou meses, o que pode ter trazido alguma cautela”, descreve o analista.

Esta quinta-feira arrancou uma nova ronda de negociações entre os EUA e a China no âmbito da guerra comercial, trazendo algum conforto aos investidores, numa altura em que se deparam com um abrandamento económico mundial.

Entre os melhores performers figuraram os sectores mais sensíveis ao comércio mundial, como o tecnológico e o mineiro.

“A pausa no rally do mercado obrigacionista e que esteve traduzido na queda das yields de maturidades longas, também ajuda a suportar os mercados acionistas”, explicou o mesmo analista.

Após a forte descida das últimas semanas, as yields da dívida soberana conseguiram encetar uma tímida recuperação. Este movimento ascendente foi mais expressivo nas yields do sul da Europa.

A dívida alemã subiu 1,2 pontos base para 0,069%. A dívida portuguesa agravou 1,3 pontos base para 1,272%; já Espanha viu os juros subirem 3,4 pontos base para 1,09% e Itália também com os juros em alta de 3,2 pontos base para 2,485%.

 

O petróleo está a cair. O Brent desce 0,22% para 67,68 dólares e o WTI cai 0,39% para 59,18 dólares.

O euro cai 0,11% face ao euro 1,1232 dólares.

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.