A bolsa de Lisboa está esta quarta-feira a negociar em linha com as principais praças europeias, numa altura em que nenhuma empresa cotada em Lisboa apresenta desvalorizações.
Em Lisboa, o BCP, que pesa cerca de 20% do total das empresas cotadas no PSI 20, ganha 1,53%, para 0,23 euros, tirando proveito da conjuntura externa. O banco liderado por Miguel Maya é, segundo a sales team leader da XTB, Carla Maia Santos, “beneficiado pela diferença entre as yields de longo prazo e de curto prazo estarem novamente positivas nos EUA, beneficiando as margens do setor bancário”.
A construtora Mota-Engil também negoceia em alta, 2,85% para 2,23 euros, apresentando os maiores ganhos em Lisboa. “Com grande presença em mercados emergentes e muitos deles dependentes do petróleo, como o caso de Angola, [a Mota-Engil] também é favorecida com a subida da cotação do ouro negro e com a possibilidade de o comércio internacional voltar a dinamizar as economias, com o fim da guerra comercial entre China e EUA”, acrescentou Maia Santos.
Esta quarta-feira, uma delegação chinesa reúne com a administração Trump em Washington. O objetivo é continuar a negociar pelo fim da guerra comercial, o que poderá beneficiar muitas empresas cotadas em bolsa – hoje o foco são os impostos quanto à importação. A Mota-Engil, hoje, é beneficia de boas expetativas por parte dos investidores.
“Os EUA dizem que a maior parte das questões estão definidas, agora só faltam as mais difíceis, que é definir as medidas para controlar se a China está a cumprir o acordo”, comentou a sales team leader da XTB.
Já no mercado petrolífero, o Brent, negociado em Londres e que é referência para Portugal, soma 0,50%, para 69,72 dólares. Já em Nova Iorque, o WTI cresce 0,30%, para 62,77 pontos.
Desta valorização do petróleo também beneficia a Galp. A petrolífera nacional ganha 1,21%, para 14,63 euros.
Outra empresa cotada em destaque é a Nos, que cresce 0,59%, para 5,94 euros. “Ontem, a ação quebrou uma resistência de longo prazo, formada pela zona dos 5,80 euros que correspondia aos máximos desde 2016. Do ponto de vista técnico e não excluindo a ocorrência de correções pontuais, será importante que a ação se mantenha a negociar acima dos 5,80 euros, que agora representa um importante suporte”, lê-se no Diário da Bolsa do BPI.
Entre as principais praças europeias, o sentimento é de otimismo, sobretudo, devido à mencionada reunião entre representantes chineses e norte-americanos pela resolução da guerra comercial.
Segundo Carla Maia Santos, a conjuntura provocada pela tensão comercial entre Pequim e Washington tem sido a causa de “restrições ao comércio”. “[Essas restrições têm] sido apontadas como a principal causa do abrandamento económico global, uma vez que estamos perante as duas maiores economias mundiais”, frisou.
“Na ausência de notícias negativas, as bolsas encaminham-se para novos máximos históricos”, concluiu Maia Santos.
[Dados das 09h55]
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