As bolsas europeias terminaram a primeira sessão do mês em terreno positivo, depois de terem fechado agosto em alta. O benchmark europeu Stoxx 600 registou em agosto um aumento de 0,7% e continua afastado dos máximos anuais atingidos no mês de março, mas elevou a performance desde o início do ano para um aumento de 8,4%.
Vale destacar que o desempenho mensal e year-to-date dos índices norte-americanos ultrapassou o benchmark europeu.
Ontem, segunda-feira, dia 1 de setembro, o Stoxx 600 subiu 0,23% para 551,43 pontos e o EuroStoxx 50 avançou 0,29% (para 5.367 pontos), com todas as praças no verde, à exceção de Amesterdão.
As bolsas europeias iniciaram a semana em terreno positivo, recuperando parcialmente das perdas das sessões anteriores, que foram motivadas pela crise política em França e sinais de debilidade do setor tecnológico.
Os investidores começam também a incorporar um corte das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA, na reunião que termina a 17 de setembro.
O PSI subiu 0,65% para 7.810,85 pontos, com o impulso a ser dado pela EDP Renováveis, que valorizou 1,69% para 10,21 euros. A EDP subiu 0,53% para 3,807 euros.
A NOS destacou-se ao subir 1,41% para 3,96 euros, bem como a Sonae, que avançou 1,56% para 1,298 euros.
A Jerónimo Martins fechou a subir 0,95% para 21,34 euros e o BCP recuperou parte das perdas da semana passada, subindo hoje 0,55% para 0,7280 euros.
A Mota-Engil, pelo contrário, tombou 2,27% para 4,94 euros. A REN caiu 0,17% para 2,985 euros e a Navigator perdeu 0,06% para 3,314 euros.
Nas principais praças europeias, o verde dominou. O FTSE 100 subiu 0,10% para 9.196,34 pontos; o CAC avançou 0,05% para 7.707,9 pontos; o DAX valorizou 0,57% para 24.037,33 pontos; o FTSE MIB subiu 0,51% para 42.409,71 pontos; e o IBEX avançou 0,02% para 14.939,4 pontos.
“As bolsas europeias encerraram em alta, impulsionadas pela indicação de que a atividade industrial na China, Zona Euro e Reino Unido regressou à expansão em agosto”, destacam os analistas da MTrader.
A atividade industrial na China regressou inesperadamente à expansão em agosto, num movimento encetado também pelo setor na Zona Euro, neste caso de forma mais robusta do que o sinalizado pelo valor preliminar. O mesmo padrão foi registado no Reino Unido.
Sobre o balanço de agosto, o responsável de Análise na Generali AM (Generali Investments) destaca o encerramento de um mês favorável para os mercados. No entanto, alerta para certos riscos decorrentes da mudança na postura da Reserva Federal e da crise política em França, fatores que, segundo ele, refletem um relaxamento dos padrões nos mercados desenvolvidos.
“Espera-se um maior acentuamento da curva de rendimentos nos EUA, com as taxas de longo prazo ainda tendencialmente em baixa; o ambiente continua pouco favorável para o dólar”, acrescenta o analista da Generali.
“Em França, a possível perda da moção de confiança por parte do primeiro-ministro Bayrou complica a consolidação orçamental num contexto político tenso”, refere, ao mesmo tempo que defende que “os mercados obrigacionistas exigem maiores diferenciais para apoiar a disciplina fiscal; isto reflete um relaxamento dos padrões nos mercados desenvolvidos”.
Por outro lado, Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, acerca da recente performance do mercado do ouro, disse que o metal precioso “está a registar fortes ganhos hoje, mantendo-se próximo dos níveis mais elevados desde abril, altura em que o metal atingiu um recorde histórico de 3.500 dólares”.
Esta valorização é impulsionada principalmente pelas expectativas de cortes nas taxas de juro da Fed, que estão a pressionar o dólar e a aumentar a procura pelo ouro, refletindo a correlação inversa entre os dois ativos.
Os mercados antecipam não só um corte de 25 pontos base em setembro, como também consideram cada vez mais a possibilidade de uma nova redução antes do final do ano.
“Esta perspetiva dovish mantém o dólar sob pressão, oferecendo suporte adicional ao ouro. A escalada militar em Gaza, o abrandamento das perspetivas de paz entre a Rússia e a Ucrânia e as tensões políticas nos EUA — onde a demissão da Governadora Lisa Cook pela administração Trump levantou questões sobre a independência da Reserva Federal — estão a reforçar o interesse dos investidores pelo ouro. Neste contexto, o metal precioso poderá continuar a apresentar ganhos adicionais”, destaca Ricardo Evangelista.
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