[weglot_switcher]

Bolsas europeias reagem bem ao consenso China-EUA. PSI 20 nem por isso

A bolsa de Lisboa está a ser penalizada pela queda de títulos como os do BCP (-0,08%, para 0,24 euros), da EDP (-0,76%, para 3,50 euros), da Sonae SGPS (-0,43%, para 0,94 euros) ou da Galp Energia (-0,74%, para 14,12 euros).
5 Abril 2019, 11h58

A bolsa portuguesa está a negociar em terreno negativo a meio da manhã desta sexta-feira (5 de abril), desviando-se do caminho maioritariamente ‘verde’ das principais congéneres europeias. Apesar de ter arrancado com uma subida de 0,12%, o principal índice nacional estava, por volta das 11:00, a desvalorizar 0,28%, para os 5.302,93 pontos.

A bolsa de Lisboa está a ser penalizada pela queda de títulos como os do BCP (-0,08%, para 0,24 euros), da EDP (-0,76%, para 3,50 euros), da Sonae SGPS (-0,43%, para 0,94 euros) ou da Galp Energia (-0,74%, para 14,12 euros). A cair estão ainda as ações da Nos (-0,42%), da Mota-Engil (-43%), da Navigator (-0,63%) ou dos CTT (-0,23%). Entre as cotadas em contraciclo está a Jerónimo Martins (+0,30%, para 13,58 euros), a REN (+0,20%, para 2,56 euros) ou a EDP Renováveis (+0,12%, para 8,51 euros).

Por outro lado, a Europa está otimista, depois de a agência chinesa Xinhua noticiar que o vice-primeiro-ministro Liu He disse esta madrugadaque as negociações comerciais entre Pequim e Washington “chegaram a um novo consenso”.  “A utilização do adjetivo «novo» poderá sinalizar que foi esboçado um acordo nos temas mais cruciais e mais divergentes, como a tutela da propriedade intelectual americana e a transferência forçada de tecnologia dos EUA para a China”, preveem os especialistas do CaixaBank/BPI Research, em research de mercado.

Já o presidente norte-americano, Donald Trump, referiu que nas próximas quatro semana saber-se-á se foi alcançado um acordo entre os dois países, que se veem envoltos numa guerra comercial há vários meses. De acordo com a agência Reuters, este avanço nas conversações sino-americanas teve também um impacto nas yiels de Berlim, que tocaram máximos esta manhã. A yield alemã a 10 anos do Bund subiu dois pontos base, para 0,018, o que corresponde a um máximo de duas semanas.

Olhando para os maiores índices do ‘Velho Continente’, o alemão DAX desce os ligeiros 0,03%, o britânico FTSE 100 soma 0,17%, o francês CAC 40 valoriza 0,21%, o holandês AEX sobe 0,11%, o italiano FTSE MIB ganha 0,31% e o espanhol IBEX 35 recua 0,18%. O Euro Stoxx 50 está a ser marcado por uma valorização de 0,06%.

“Manhã de alguma indefinição na Europa. Têm chegado ao mercado sinais de otimismo no que toca a um possível entendimento entre os EUA e a China. No seio empresarial, a AB InBev liderava os ganhos no índice de big caps europeu após receber revisões em alta por parte de casas de investimento”, refere Ramiro Loureiro, trader do Millennium bcp.

Carla Maia Santos, responsável de vendas da XTB, refere que o país é “muito dependente” do consumo interno: “70% do PIB, ao contrário da Europa que é mais dependente do exterior. Ou seja, se o mercado laboral continuar a gerar emprego e em pleno-emprego, supõe-se que o consumo continua dinâmico, para não deixar a economia norte-americana abrandar”.

Ramiro Loureiro destaca ainda o aumento sequencial de 0,7% na produção Industrial alemã, superior aos 0,5% esperados. A seu ver, estes números tornam-se mais relevantes “quando a base de janeiro foi revista em alta, mês em que afinal terá havido uma estagnação em cadeia e não uma queda de 0,8%”, conforme havia sido comunicado antes. É que este indicado pode evitar maiores receios dos investidores face à desaceleração da economia desta potência europeia.

Os analistas do Bankinter lembram também que o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, participará hoje na reunião do Eurogrupo para analisar o Brexit, a União Bancária e as perspetivas económicas da zona euro. “Do lado macroeconómico, os dados de emprego nos Estados Unidos (payrolls e taxa de desemprego) são importantes, no entanto, o destaque irá para os salários (+3,4% esperado), dado o seu impacto ao nível da inflação”, dizem.

Quanto à cotação do barril de Brent, desce 0,29%, para 69,20 dólares, enquanto a cotação do crude WTI recua também (-0,03%, para 62,08 dólares por barril). No mercado cambial, nota para a apreciação de 0,08% do euro face ao dólar (1,1229) e para a valorização ligeira de 0,01% da libra perante a divisa dos Estados Unidos (1,3077).

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.