Em Portugal o PSI-20 fechou nos 4.816 pontos (+1,06%). O índice lisboeta foi mais bem sucedido do que os seus pares europeus na tentativa de recuperar uma parte das perdas sofridas na semana passada. “De referir que o índice nacional perdeu 11,53% nesse período de tempo”, diz o BPI na sua análise de fecho
A tentativa de recuperação de hoje não foi, no entanto, transversal a todos os títulos. Destaca-se o bom desempenho da REN, que valorizou 5,56%; da EDP (+2,30% para 4,32 euros), da Galp (+2,30% para 12,66 euros) e da Sonae (+3,04% para 0,7295 euros). A Navigator também fechou em terreno positivo ao subir +1,08% para 2,81 euros.
Em relação à EDP, de acrescentar que a agência de rating Fitch reviu o Outlook (perspetivas) da EDP de “estável” para “positivo”. A notação de rating de longo prazo foi mantida em “BBB-” e de curto prazo em “F3”.
A Sonae Sierra anunciou este sábado, em comunicado à CMVM, que chegou a acordo as empresas APG (dos Países Baixos), Elo (Finlândia) e Allianz Real Estate (gestor de investimentos imobiliários do grupo Allianz) para a criação de uma joint venture que visa trazer valor ao imobiliário de retalho na Península Ibérica.
Sob pressão mantiveram-se as ações do BCP (-1,78% para 0,1596 euros); a Ibersol que tombou -4,42% para 7,78 euros; a Ramada que caiu -8,53% para 4,61 euros; a Mota-Engil (-1,14% para 1,304 euros); a NOS que recuou -1,34% para 3,52 euros; e a Sonae Capital (-2,54% para 0,6510 euros).
O petróleo também volta a animar e o Brent sobe 4,27% para 51,79 euros.
Apesar dos alertas que a economia mundial pode cair para metade com o coronavírus (Covid-19) – a OCDE diz que o PIB da zona euro vai subir 0,8% em 2020 e 1,2% em 2021 (revisão em baixa de 0,3 p.p. para 2020 relativamente ao Outlook de novembro de 2019) – as bolsas fecharam tendencialmente em terreno positivo.
A sessão europeia foi particularmente volátil. “O dia iniciou sob bons auspícios, com os principais índices do Velho Continente a alcançarem valorizações próximos de 2%”, diz o BPI.
O EuroStoxx 50 ganhou 0,28% para 3.338,8 pontos e o Stoxx 600 valorizou 0,09% para os 375,97 pontos.
O FTSE 100 de Londres subiu +1,13% para 6.654,9 pontos; o CAC avançou 0,44% para 5.333,52 pontos; o IBEX 35 fechou nos 8.741,5 pontos (+0,21%). Em queda fecharam o alemão DAX (que perdeu 0,27% para 11.857,9 pontos) e o FTSE MIB que perdeu 1,5% para 21.655 pontos.
“O FTSE MIB [Milão] está entre as exceções penalizado pelo setor da banca”, diz o analista da Mtrader, Ramiro Loureiro.
A motivar as valorizações esteve a expectativa de que os Bancos Centrais possam adotar medidas de estimulo de forma a conter os efeitos nocivos da epidemia. Na 6ª feira, Jerome Powell afirmou que a Fed está pronta a intervir. Hoje, o Banco Central da Indonésia reduziu as reservas legais sobre os depósitos (o que incrementa a capacidade de os bancos cederem crédito) e o Banco do Japão injetou 4,6 mil milhões de dólares no sistema financeiro de forma a impedir qualquer quebra de liquidez neste momento delicado.
“Não obstante estes indícios de um possível apoio dos Bancos Centrais, o ânimo dos investidores pautou-se por um elevado nervosismo. Do ponto de vista clínico, as notícias continuam a descrever uma contaminação à escala mundial, embora em números relativamente reduzidos”, descreve o BPI.
“Destaque para as quedas do setor Viagens & Lazer devido à limitação de circulação, onde inclusivamente tivemos a Deutsche Lufthansa a revelar o cancelamento de um número significativo de voos e para a Banca que foi condicionada perante o aumento da probabilidade de corte de taxas de juro pelo BCE já na reunião da próxima semana (mercado atribui 60% de probabilidade a esse cenário)”, explica o analista do Grupo BCP, Ramiro Loureiro.
A indústria automóvel da Alemanha está se a preparar para tempos mais difíceis nos próximos meses. Este é o resultado do mais recente inquérito ao ambiente de negócios do Ifo. O índice de procura do setor declinou em fevereiro, caindo para -11,8 pontos face a -2,1 em janeiro.
As expectativas de exportação do setor automóvel caíram para-15,4 pontos, contra -5,2 em janeiro. A situação atingirá de forma expressiva o mercado de trabalho, com o índice de planeamento de pessoal a passar de -31,9 pontos em janeiro para -41,8 pontos em fevereiro.
No geral, as expectativas de negócios neste setor na Alemanha para os próximos meses permaneceram negativas em 18,9 pontos, embora um pouco acima dos 26,3 pontos negativos em janeiro. As avaliações da situação atual caíram de 13,2 pontos no mês passado para apenas 7,5 pontos. A única melhoria ocorreu nos planos de produção para os próximos meses, passando de 3,8 pontos para 6,1 pontos em fevereiro.
No plano macroeconómico a atividade industrial na Zona Euro abrandou o ritmo de contração em fevereiro, num registo acima do previsto.
Em janeiro de 2020, o PMI (Purchasing Managers’ Index) ajustado de sazonalidade na indústria da Zona Euro foi de 49,2 pontos, o que compara com 47,9 pontos registados no mês de dezembro de 2019. Este é o valor mais alto num ano.
Destaque ainda para atividade transformadora no Reino Unido que volta à expansão em fevereiro.
O euro aprecia 1,32% para os 1,1171 dólares.
Juros da dívida portuguesa a dez anos agravaram 0,5 pontos base para os 0,352%.
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