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Bolsas vivem dia positivo após Powell sinalizar corte nos juros

O discurso do presidente da Fed em Jackson Hole marcou o dia, não apenas nos mercados norte-americanos, como também nos europeus. O sentimento positivo que gerou foi visível nas principais praças, assim como em Lisboa.
23 Agosto 2024, 17h07

A bolsa de Lisboa acompanhou os ganhos das congéneres europeias na sessão desta sexta-feira, já que o índice PSI subiu 0,80%. As congéneres beneficiaram dos ventos positivos que chegaram dos EUA, já que Powell tornou claro que a Fed deverá cortar nos juros em setembro.

Entre as cotadas que mais subiram, destaque para a Mota-Engil, na ordem de 2,25%, até aos 3,45 euros por ação. Seguiu-se a Sonae, que ganhou 1,62 e alcançou os 0,939 euros, ao passo que a EDP Renováveis se adiantou 1,45% para 13,98 euros e o BCP ganhou 1,43%, até aos 0,4044 euros.

Entre as congéneres europeias, o dia foi marcado pelo otimismo, impulsionado pela garantia deixada por Powell de que “chegou o momento” de um corte no que respeita às taxas de juro de referência da Fed.

A liderança pertenceu ao principal índice espanhol, o IBEX, que avançou 1,16%, seguido por Itália, que somou 1,02%. Mais atrás ficaram Alemanha e França, com acréscimos de 0,79% e 0,70%, respetivamente. O Reino Unido encaixou 0,51%, ao passo que o índice agregado Euro Stoxx 50 somou 0,46%.

No mercado das commodities, o barril de Brent está a subir 2,20% nas negociações, até aos 78,92 dólares. Em simultâneo, o mercado cambial regista um avanço de 0,69% do euro face ao dólar, também a beneficiar dos sinais deixados por Powell sobre um corte nos juros em setembro. Nesse sentido, um euro está a ser negociado por 1,1189 dólares.

O dia “terminou com entusiasmo nas bolsas europeias, justificado pelo discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, no Simpósio Anual de Jackson Hole, onde referiu ter chegado o tempo de descida de taxas de juro”, assinala-se na análise do departamento de Mercados Acionistas do Millenium Investment Banking.

Powell indicou que “a direção da viagem é clara e o momento e o ritmo dos cortes de taxas dependerão dos dados recebidos, da perspetiva em evolução e do equilíbrio de riscos”.

“O efeito fez-se sentir de imediato logo após as 15h de Lisboa, refletindo-se num movimento de descida das yields de dívida soberana e, por conseguinte, numa subida dos principais índices de ações no velho continente e em especial em Wall Street”, escrevem os analistas. O discurso também impactou na “depreciação do Dólar face ao Euro, com o Euro/Dólar próximo dos 1,12”, sublinham os analistas.

“Eram estas as declarações mais aguardadas da semana e os investidores celebram este reforço de expectativas que têm vindo a acumular. Setembro deverá mesmo marcar o primeiro corte de juros pela Fed para os EUA”, pode ler-se, ainda que as sensações positivas não tenham sido transversais.

“Apesar do otimismo ser generalizado, atravessando a maioria dos setores, o Tecnológico na Europa esteve entre as exceções, castigado pelas empresas ligadas à indústria de semicondutores”, aponta a mesma análise.

“Em território português a J.Martins foi castigada pelo ambiente gerado pelos resultados de um concorrente na Polónia, que levaram os analistas a referir o ambiente difícil para os retalhistas do ramo alimentar no país com a lenta inflação, o rápido aumento de salários e a forte concorrência”, acrescenta-se.

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