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BPI com lucros de 121 milhões no trimestre a subirem 43%

Os lucros na atividade em Portugal somaram 112 milhões, mais 52% que um ano antes, assente no aumento dos proveitos core. O produto bancário em Portugal subiu 20% para 316 milhões de euros com a margem financeira a crescer 19% para 245 milhões.
30 Abril 2024, 11h21

O BPI registou lucros de 121 milhões de euros no primeiro trimestre o que traduz uma subida de 43% face ao período homólogo de 2023. Graças à atividade em Portugal, uma vez que o contributo dos lucros do BCI em Moçambique caiu 15% para 9 milhões, sendo que o BPI não consolida integralmente os resultados desta subsidiária.

Os lucros na atividade em Portugal somaram 112 milhões, mais 52% que um ano antes, assente no aumento dos proveitos core. O produto bancário em Portugal subiu 20% para 316 milhões de euros com a margem financeira a crescer 19% para 245 milhões. O banco salienta que a margem financeira trimestral atingiu o pico no 4º trimestre de 2023.

As comissões subiram 1% para 74 milhões de euros.

A rentabilidade em Portugal (medida pelo RoTE) fixou-se em 17,2%.

“Os proveitos da atividade comercial cresceram 16%, enquanto os custos recorrentes se mantiveram estáveis”, revela o banco.

Os custos mantiveram-se face ao ano anterior em 125 milhões de euros, incluindo uma subida de 2% dos custos com o pessoal para 63 milhões de euros.

O cost-to-income fixou-se em 38%, melhorando face ao ano anterior.

João Pedro Oliveira e Costa, Presidente Executivo do BPI, salientou que “no primeiro trimestre, o BPI manteve o bom desempenho comercial registado nos últimos exercícios, com um crescimento da atividade, em particular no crédito à habitação, no crédito às empresas e na captação de recursos de clientes”.

No primeiro trimestre de 2024, o BPI registou um crescimento homólogo de 3% no crédito para 30,1 mil milhões de euros, enquanto os depósitos aumentaram 4%.

Em detalhe, a quota de mercado em crédito manteve-se estável nos 11,7% face a dezembro de 2023. A carteira de crédito à habitação aumentou 2% num ano, para 14,6 mil milhões de euros.

A contratação de habitação mantém-se estável nos últimos cinco trimestres, acima de 600 milhões de euros (613 milhões de euros no 1º trimestre 2024). A taxa mista representa 61% dos novos contratos de crédito habitação em 2024 e a taxa fixa 20%.

O BPI diz que atingiu uma quota de mercado de 16,2% na contratação acumulada até fevereiro de 2024. A quota de mercado de crédito hipotecário em carteira ascendeu a 14,4% em fevereiro 2024, o que representa um aumento de 50 bps num ano.

A carteira de crédito a empresas cresceu 6% num ano para 11,6 mil milhões de euros. A quota de mercado no crédito a empresas situou-se em 11,2%.

Do outro lado do balanço, os recursos totais de clientes aumentaram 3% num ano (ou seja, +1,1 mil milhões de euros) totalizando 38,4 mil milhões no primeiro trimestre, com quotas de mercado estáveis.

Os depósitos de clientes aumentaram 4% num ano, para 29,7 mil milhões. Já os recursos fora do balanço (fundos de investimento, seguros de capitalização e outros) registaram uma diminuição de 2%, para 8,8 mil milhões de euros. “Adicionalmente, houve um reforço de colocação de produtos estruturados de +0,3 mil milhões, num ano”, acrescenta o BPI.

“Temos pela frente um ano desafiante, em que podemos antecipar uma normalização das taxas de juro do mercado e um alisamento da margem financeira. Mantemos uma posição financeira sólida e uma capitalização confortável, que nos permite continuar a dar um impulso ao crescimento das empresas portuguesas e apoiar os portugueses em cada passo das suas vidas”, acrescentou o CEO do banco.

Ao nível da qualidade da carteira, o custo do risco situa-se num nível reduzido de 0,15%, o que, em conjunto, se traduziu numa melhoria da rentabilidade dos capitais próprios tangíveis recorrentes em Portugal para 17,2% (+7.6 p.p. nos últimos 12 meses).

As imparidades de crédito líquidas de recuperações somaram 20 milhões no trimestre.

No final do trimestre em análise, o BPI mantinha um saldo acumulado no balanço de 28,5 milhões de imparidades não alocadas.

O rácio de crédito malparado medido pelo NPE (Non-Performing Exposure) em 1,6% com cobertura de 98% por imparidades.

Medido pelo conceito de Non-Performing Loans o rácio melhorou para 2%.

O aumento do rácio de crédito reestruturado não incluído em NPE é de 1,2%, subindo face a 0,8% um ano antes.

Mas o administrador Francisco Matos, questionado na conferência de imprensa, sublinhou que o aumento de renegociados não vai levar a aumento de NPE.

Aliás, deu como exemplo dos 1.600 clientes que reestruturam créditos ao abrigo do Decreto-Lei nº 80-A/2022, de 25 de Novembro, que estabeleceu um conjunto de medidas que se destinaram a mitigar os efeitos do incremento dos indexantes de referência das taxas de juro dos contratos de crédito para aquisição ou construção de habitação própria permanente. Esse programa terminou em dezembro só 65 desses clientes pediu “apoio adicional”.

Os imóveis obtidos por recuperação de créditos, em termos de valor de balanço líquido, soma um milhão de euros. Nos últimos três anos entraram 14 imóveis por dação.

Em termos de fundos de recuperação a exposição soma 14 milhões de euros.

O capital tem um rácio de CET1 de 13,7% sendo o rácio de capital total de 17,4%.

O banco destacou que tem 933 mil utilizadores regulares da banca digital e os utilizadores da app do BPI cresceram 67 mil num ano.

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