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BPI desafia empreendedores a serem os “incumbentes do futuro”

O banco promove esta quarta-feira a sua primeira cimeira dedicada a estes pequenos negócios. Josemaría Siota, diretor de Investigação da IESE, disse que as startups ibéricas criaram 2.976 empregos em 2017 e arrecadaram 166,3 milhões de euros durante esse ano.
  • Jose Manuel Ribeiro/Reuters
3 Abril 2019, 12h46

Dezenas de investidores, empresas e empreendedores estão esta quarta-feira reunidos na Nova SBE, em Carcavelos, para a primeira cimeira do BPI dedicada às startups. A “BPI Innovation Summit” pretende ser um ponto de contacto entre os diferentes intervenientes do ecossistema e clarificar como é que o banco olha para o digital e para estes novos negócios. Ao som de “Fly me to the moon” de Frank Sinatra, Iván Bofarull, investigador e responsável de Insights Globais e Inovação da ESADE Business School, lançou a sugestão aos jovens empresários (e empresários jovens): “Fundadores de startups, vocês querem ser os incumbentes do futuro”.

Segundo este académico, para terem uma empresa estabelecida têm de usar a «moonshot thinking»: “Têm de ir para o próximo nível de ambição na inovação. Se não fizerem outros vão fazê-lo por ti”. “É necessário imaginação e resiliência para desconstranger o mercado e torná-lo mais competitivo”, disse.  A seu ver, não é tanto a ferramenta de trabalho que conta, “mas o sistema operativo, o vosso pensamento. “Aquilo que descobri nos últimos anos é que nós usamos 10% de pensamento by default”, explicou à audiência, dando exemplos de moonshots como o carro autónomo da Waymo, a aeronave da Uber ou os supermercados AmazonGo sem caixas de pagamento. Na perspetiva de Iván Bofarull, a questão para ter sempre em cima da mesa é: «E e conseguíssemos…?»

Por sua vez, Josemaría Siota, da IESE Business School, fez uma radiografia à comunidade empreendedora da Península Ibérica. De acordo com um estudo dos investigadores desta instituição (com uma amostra de startups 959 ibéricas), foram 2.976 empregos criados em 2017. Nesse período de tempo, estes negócios arrecadaram 166,3 milhões de euros, sendo que se antecipa um aumento deste montante, pelo menos, de cinco vezes até 2020. Deste universo, 32% têm como base tecnologias inovadoras (inteligência artificial, na IoT e no machine learning) e só 6% recorre a capital de risco.

Josemaría Siota aproveitou ainda a summit para lançar vários conselhos aos empreendedores

  • Descobre o teu ecossistema de inovação correto
  • Garante que tens equipas diversificadas de fundadores
  • Fica de olho na inteligência artificial, na IoT e no machine learning
  • Avalie a importância de ter ativos de propriedade intelectual
  • Levanta o próprio dinheiro antes de recorrer a venture capital
  • Enfrenta o desafio de cada maturidade

O grupo CaixaBank costuma promover concursos de apoio a pequenos negócios. Na edição deste ano dos Prémios Empreendedor XXI houve 300 startups portuguesas que se candidataram. A iniciativa, organizada pelo BPI e pela DayOne, visa premiar negócios nas seguintes seis áreas: agro tech, health tech, commerce tech, fintech e insurtech, impact tech e tourism tech.

Os vencedores dos dois prémios territoriais em Portugal (dias (Lisboa, Sul e Ilhas e Norte e Centro) serão conhecidos ao longo dos próximos dois dias e receberão cinco mil euros do BPI. Além desta distinção, a Agência Nacional de Inovação vai galardoar melhor candidato nacional “nascido do conhecimento científico e tecnológico” com outros cinco mil euros e uma peça de arte de Leonel Moura.

Ainda assim, o diretor de Banca Digital do BPI, admite que o banco tem utilizado apenas o know-how de “startup de ideias internas”, como definiu. É o caso da solução de Go Banking, que foi elaborado em parceria com a Novabase. “É uma tecnológica que não é uma startup, mas, para aquele produto, funcionámos como uma startup, com um modelo de risco partilhado”, comparou Sérgio Santos, em declarações ao Jornal Económico.

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