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BPI faz hoje 40 anos e CEO exalta Artur Santos Silva como “alma mater”

Há 40 anos nascia a SPI , criada por iniciativa de Artur Santos Silva. Num momento em que a Constituição da República impedia o acesso da iniciativa privada ao setor financeiro. Quatro anos depois, a SPI deu origem ao BPI, primeiro banco privado fundado depois da reabertura constitucional do setor financeiro à iniciativa privada.
  • Octávio Passos/Jornal Económico
6 Outubro 2021, 12h23

O Banco BPI faz hoje, dia 6 de outubro, 40 anos e João Pedro Oliveira e Costa, Presidente Executivo do BPI, destacou em comunicado o papel de Artur Santos Silva. “Foi sempre a alma mater do nosso Banco, e teve a coragem, numa altura em que não havia sociedades financeiras privadas, em que não havia bancos privados, de ter lançado uma iniciativa que congregou vários empresários, várias vontades e criou uma referência no sistema financeiro português. Artur Santos Silva e o seu sucessor Fernando Ulrich, que deu continuidade ao projeto, são as duas peças fundamentais nesta história de 40 anos e que merecem a nossa homenagem, nesta altura”, diz o CEO do BPI.

João Pedro Oliveira e Costa salientou igualmente o processo de transição para o Grupo CaixaBank, liderado “com sabedoria” por Pablo Forero.

“Acho que foi uma boa homenagem ao que era a história, o ADN do BPI, criando ainda mais valor e podendo olhar para a frente com ainda mais ambição. A minha missão é transmitir este legado fantástico, do qual me orgulho muitíssimo”, refere o banqueiro.

O BPI nascia há 40 anos com a fundação da SPI-Sociedade Portuguesa de Investimentos em 6 de outubro de 1981. Num momento em que a Constituição da República impedia o acesso da iniciativa privada ao setor financeiro, a SPI foi criada por iniciativa de Artur Santos Silva, que viria a ser o primeiro presidente executivo do Banco, “reunindo numa estrutura acionista muito diversificada mais de 100 empresas portuguesas e quatro importantes instituições financeiras internacionais”, lembra o BPI no comunicado.

O então Governo do chamado Bloco Central — com a revisão constitucional de 1982 e com a alteração da Lei de Delimitação dos Sectores, através do Decreto-Lei nº 406/83, de 19 de Novembro, — dá os passos significativos no sentido da abertura à iniciativa privada de investimentos nos sectores bancário, segurador, adubeiro e cimenteiro. Mas nessa altura a Constituição ainda proibia as reprivatizações.

Quatro anos depois, a SPI deu origem ao BPI, primeiro banco privado fundado depois da reabertura constitucional do setor financeiro à iniciativa privada, pondo termo ao enquadramento resultante das nacionalizações de 1975. Em 1986, data da adesão de Portugal às Comunidades Europeias, o BPI tornava-se o primeiro banco cotado na bolsa portuguesa, entretanto também reaberta, depois de um período de encerramento de uma década.

A revisão constitucional de 1989, introduziu a possibilidade de alienação pelo Estado das empresas nacionalizadas depois de 1974.

“Hoje, integrado no Grupo CaixaBank, o Banco BPI, cuja história se confunde com a história da economia e do sistema financeiro em Portugal desde a fundação da democracia, continua a afirmar-se através dos mais elevados padrões de reputação, solidez e risco, da qualidade das suas pessoas e de uma forte e distinta cultura empresarial, da qual fez parte, desde a primeira hora, o conceito de responsabilidade social”, refere o banco.

Gonzalo Gortázar, CEO do CaixaBank, salientou na mesma nota que  “a história do BPI é uma história de sucesso, que nos deve encher de orgulho e satisfação. Uma história de sucesso que, felizmente, continua hoje no Grupo CaixaBank. Juntos temos a capacidade de continuar a crescer como líderes do setor bancário em Portugal e Espanha.  Líderes em qualidade de serviço, inovação e, é claro, no nosso compromisso social, que foi ainda mais fortalecido graças à nossa parceria com a Fundação “la Caixa”, a maior da União Europeia. Temos muito a fazer e um futuro brilhante à nossa frente”.

História do BPI

• A 6 de outubro de 1981 é fundada a SPI-Sociedade Portuguesa de Investimentos, por iniciativa de Artur Santos Silva, que viria a ser o primeiro presidente executivo do Banco.

• Quatro anos depois, a SPI deu origem ao BPI, primeiro banco privado fundado depois da reabertura constitucional do setor financeiro à iniciativa privada, pondo termo ao enquadramento resultante das nacionalizações de 1975. Em 1986, data da adesão de Portugal às Comunidades Europeias, o BPI tornava-se o primeiro banco cotado na bolsa portuguesa, entretanto também reaberta, depois de um período de encerramento de uma década.

• Nos anos seguintes, o BPI conquistou uma clara posição de liderança nas principais áreas da banca de Investimento e em 1991 iniciou a sua evolução para um banco universal, através de uma bem-sucedida política de aquisições e fusões, no quadro do processo de privatizações entretanto lançado em Portugal.

• Em 1991 foi assim adquirido o Banco Fonsecas & Burnay e em 1996 o Banco de Fomento Nacional e o Banco Borges& Irmão. O BPI transformou-se então em holding bancária sob a forma de SGPS, num movimento de profunda reorganização e especialização interna, acompanhado por um importante reforço da estrutura acionista, com a entrada de dois parceiros estratégicos de grande dimensão, La Caixa e Allianz, que vieram juntar-se ao Banco Itaú, presente desde 1991. Apenas três anos depois, em 1998, esta estrutura dava origem a um banco único com marca única, através de um processo de fusão pioneiro em Portugal, realizado em duas fases: nascia assim o atual Banco BPI.

• Em 2002, foi criado o Banco de Fomento Angola, banco de direito angolano, que resultou da transformação da sucursal de Luanda do Banco BPI, herdada do Banco de Fomento Nacional, e que viria a constituir-se rapidamente em líder de mercado e caso de sucesso no continente africano. Em 2008, a Santoro adquiriu uma posição de 10% no capital do BPI e a Unitel, empresa de telecomunicações angolana, uma posição de 49,9% no capital do BFA, que viria a aumentar para 51,9% em 2017.

• Em 2012, no contexto da grande crise financeira de 2008 e da saída do Banco Itaú do capital do Banco, o CaixaBank aumentou a sua posição para 39,5% e a Santoro para 19,4%.  Em 2017, através de uma Oferta Pública de Aquisição, o CaixaBank assumiu o controlo acionista do BPI e em 2018 passou a deter a totalidade do capital, depois de adquirir, entre outras, a posição ainda detida pela Allianz.

• Com a integração no CaixaBank, hoje o maior banco de Espanha, o BPI beneficiou da implantação em Portugal da Fundação “la Caixa”, uma das mais importantes do Mundo, e assumiu uma posição de primeira linha na sociedade portuguesa, através dos seus programas de apoio ao Setor Social, à Ciência, à Educação, à Cultura e às Artes.

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