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Brasil opta por medidas de alívio em vez de retaliação às tarifas dos EUA

O Brasil assume a condição de ‘campeão’ das tarifas de Donald Trump e verá implementada uma tarifa adicional de 40% face aos atuais 10%.
5 Agosto 2025, 09h26

O governo brasileiro deixou de lado, por enquanto, planos de retaliação direta contra as tarifas dos Estados Unidos que entram em vigor esta semana, concentrando-se, em vez disso, num pacote de alívio para os setores mais afetados pelas taxas, disseram fontes familiarizadas com a estratégia à agência Reuters.

As amplas isenções concedidas na ordem executiva do presidente norte-americano Donald Trump, na semana passada, pouparam alguns dos setores mais vulneráveis da maior economia da América Latina, para alívio de muitos investidores e líderes empresariais. Isso deixou Brasília cautelosa quanto a responder a Trump com tarifas recíprocas ou outras formas de retaliação que poderiam aumentar as tensões.

O ‘tarifaço’, como lhe chamam os brasileiros, deixou de fora, ainda assim, 694 produtos, o que representa cerca de 43,4% do total exportado pelo Brasil para o mercado norte-americano, segundo estimativa preliminar da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) – os itens protegidos representam 18,4 mil milhões de dólares para um total de 42,3 mil milhões (dados de 2024). Petróleo, combustíveis, sumo e polpa de laranja, minérios, fertilizantes, motores, peças, componentes e aeronaves civis fazem parte da lista das exceções – ao contrário do café e da carne bovina.

já a Embraer ficou livre da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Para a empresa, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, este é o reconhecimento da importância estratégica das atividades da empresa para o Brasil e os Estados Unidos. “Continuamos a acreditar e a defender firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global”, afirma a nota da Embraer. “Mais importante ainda, apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes num resultado positivo para os dois países”, acrescenta.

As negociações com Washington devem ser lentas e complexas, disse uma das fontes, por isso o governo brasileiro está a priorizar medidas imediatas de alívio aos exportadores, como linhas de crédito público e outros apoios ao financiamento de exportações.

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