O UBS nunca tinha crescido tanto desde que entrou em Portugal, em 2013, como este ano. Um desempenho recorde que é alcançado à boleia dos investidores portugueses, mas também do aumento dos estrangeiros, nomeadamente brasileiros e americanos, que trazem as suas fortunas para o país à procura de um player global para as gerir. Este crescimento deverá manter-se no próximo ano.
O crescimento recorde do banco – que integrou o Credit Suisse em maio – será de dois dígitos altos, perante o crescimento de ativos sob gestão e de novos recursos que entraram no banco, referem fontes próximas da instituição financeira que é liderada em Portugal por Carlos Santos Lima, numa altura em que há um grande foco no mercado português por parte de estrangeiros com residência no nosso país.
Entre as nacionalidades, destacam-se os brasileiros e os americanos, mas também os franceses, nórdicos, nomeadamente suecos, e espanhóis. Atualmente, cerca de metade dos investidores já são estrangeiros e a expectativa entre os responsáveis do banco é que esta percentagem venha a aumentar nos próximos dois anos. Como o Jornal Económico avançou, a consultora financeira canadiana Arton Capital afirmou que mais de metade dos milionários dos EUA admitia estar a equacionar investir em países que lhes garantam uma segunda nacionalidade ou autorização de residência permanente, e Portugal estava na linha da frente desta tendência.
Por outro lado, as mesmas fontes indicam que o desempenho positivo dos mercados também ajudou o UBS a alcançar este recorde num ano marcado pela descida das taxas de juro do Banco Central Europeu, mas também pelo crescimento da economia dos EUA mais acentuado do que o previsto e pelo facto de a Europa não ter entrado em recessão, à exceção da Alemanha. Outra das fontes de incerteza entre os investidores – as eleições nos EUA – também já foi ultrapassada, ainda que as tarifas que Donald Trump, eleito presidente norte-americano, pode vir a impor à China, Canadá, México e até Europa causem receios.
Para competir no segmento da gestão de fortunas, o banco fez também algumas alterações este ano, subindo o valor mínimo de investimento para os dois milhões de euros. Aposta ainda na gestão discricionária, além de prestar aconselhamento aos clientes – toda a equipa está certificada para poder fazer aconselhamento financeiro – e disponibiliza ferramentas e notas de research.
É neste cenário que o UBS em Portugal espera conseguir manter o crescimento recorde em 2025, tanto através do aumento da atividade comercial, mas também da maior procura por parte dos clientes, afirmam fontes ligadas à instituição financeira, recordando que a fusão com o Credit Suisse – cuja marca acabou por desaparecer – veio reforçar o seu perfil de player global.
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