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Brasileiros reforçam compra de casas de luxo em Portugal

Mediadora Memeia Portugal entra no país através de uma parceria com a Chiado Invest. Compradores brasileiros já colocam Lisboa, Cascais, Douro e Comporta à frente dos Estados Unidos.
16 Maio 2025, 07h45

Os investidores brasileiros apostam cada vez mais no imobiliário de luxo português, dando preferência ao nosso país face ao estado da Florida, nos EUA. Este reforço no investimento em Portugal dos compradores das terras de Vera Cruz tem agora mais uma ponte de negócio com a entrada no nosso país da Memeia Portugal, uma nova mediadora imobiliária especializada no segmento premium, e que nasce da parceria entre a Chiado Invest, empresa portuguesa especializada na assessoria a investidores estrangeiros em Portugal e a Memeia Imóveis, corretora imobiliária de São Paulo.

“Este primeiro ano é de investimento, sobretudo na procura de uma construção de portefólio para os nossos clientes”, afirma ao JE João Xara-Brasil, managing partner da Memeia Portugal.

O responsável indica que para já contam com 30 projetos imobiliários, cada um deles com uma estratégia de promoção diferente para os investidores brasileiros.

“Temos clientes que pura e simplesmente investem e querem tirar rendimento da casa, outros que querem mesmo vir para cá, outros que estão a preparar a reforma”, diz, dando conta de que são indivíduos com mais de 50 anos, à procura de um estilo de vida ativo, com foco em praia, natureza, golfe e gastronomia.

João Xara-Brasil realça que, neste momento, “faz todo o sentido Portugal para os estrangeiros” e “provavelmente as grandes empresas que já trabalham estes mercados há muito tempo podem sentir uma certa desaceleração, na vinda de estrangeiros, mas ela não está a cair”.

Atualmente vivem em Portugal cerca de 550 mil brasileiros, estimando-se que 5% pertençam ao segmento premium.

“Estamos a falar de 25 a 30 mil casas”, sublinha, acrescentando que em relação às localizações, estes 30 projetos concentram-se sobretudo no eixo Lisboa, Cascais, Estoril, na zona da Comporta e Melides e também Douro.

“Temos de tudo. Quintas, apartamentos. Temos casas que vão desde um milhão de euros, até acima das dezenas de milhões de euros”, realça, acrescentando que os investidores que chegam de São Paulo preferem Lisboa, enquanto os do Rio de Janeiro optam pelo Estoril e Cascais.

Apesar do principal cliente ser o investidor brasileiro, a mediadora também colabora com clientes norte-americanos que neste momento estão a vir a grande ritmo para Portugal. O problema é que o país ainda não corresponde ao nível do imobiliário às exigências e carteiras destes investidores.

“Tenho um investidor brasileiro que tem procurado casa na zona de Cascais por um valor a rondar os 10 milhões de euros, mas ainda não encontrou”, diz João Xara-Brasil. Salienta que no mesmo cenário encontra-se uma investidora oriunda dos Estados Unidos, que procura uma habitação em Portugal na ordem dos 30 milhões de euros.

Maria Amélia Alves de Lima fundou a Memeia em São Paulo e sublinha que a experiência da mediadora nasce “na nossa convicção de que o luxo não está apenas no imóvel — está na relação, na escuta e na capacidade de criar encontros entre pessoas e lugares certos”.

Para a fundadora da empresa a diferença do seu modelo de negócio está numa proximidade feita à medida, onde cada imóvel é selecionado com base naquilo que realmente importa para o cliente.

“É uma abordagem centrada na experiência do comprador. Cada imóvel é uma proposta de vida. E isso só é possível com um atendimento profundamente humano, onde cada cliente é tratado como uma narrativa única”, sublinha.

Este movimento de investidores do Brasil para Portugal tem sido impulsionado por fatores estruturais como a segurança, instabilidade política e económica, afinidade linguística e qualidade de vida.

Mesmo com o fim dos programas como Golden Visa e do Regime de Residente Não Habitual (RNH) a empresa acredita que esta tendência mantém-se e deverá continuar, alicerçada em motivações pessoais, culturais e patrimoniais.

“A Memeia Portugal representa uma nova forma de fazer mediação: trabalhamos para entregar imóveis que sejam a expressão material de um sonho e de uma necessidade — e não apenas mais uma opção no mercado”, conclui João Xara-Brasil.

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