A indústria automóvel britânica está a ser pressionada para tentar modificar as regras que ficaram acordadas com a União Europeia, no quadro do Brexit. É que está estabelecido que, a partir de 2024, os automóveis comercializados entre as partes só escaparão a uma taxa de 10%, se forem fabricados em, pelo menos, 45% no Reino Unido ou nos países do bloco comunitário, mas os britânicos recorrem de modo considerável a baterias chinesas, e estas, muitas vezes, representam até metade do custo de um veículo elétrico.
Segundo avança esta segunda-feira o “CincoDías”, o grupo Stellantis, que tem uma presença significativa no Reino Unido, avisou recentemente que, se as atuais regras comerciais não forem estendidas até 2027 (evitando-se a aplicação da tal taxa de 10% a partir de 2024), não terá condições para manter os investimentos em veículos elétricos em solo britânico.
Esse grupo, que conta atualmente com duas fábricas no Reino Unido, considera que o cenário previsto a partir de 2024 é uma ameaça à exportação. E não está sozinho nessa interpretação: a Ford também já pediu uma extensão das atuais regras comerciais de modo a que os carros vendidos entre o Reino Unido e o UE não fiquem mais caros.
No seio desta discussão estão, importa notar, as baterias, que, muitas vezes, representam metade do valor dos automóveis elétricos, mas cuja produção ainda não é expressiva na Europa. Já a China lidera a produção, mas a taxa de 10% que vigorará a partir de 2024 poria um travão à entrada de carros elétricos montados no Reino Unido com baterias de origem sínica.
O Reino Unido tem atualmente poucos projetos de fabrico de baterias. Já França anunciou este mês que vai apresentar um plano para incentivar a produção de baterias na União Europeia, pretendendo também deixar de subsidiar a compra de veículos elétricos não fabricados nos países do bloco comunitário.
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