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Brexit: Ex-primeiros-ministros britânicos dizem que projeto de Boris Johnson é “vergonhoso”

O projeto de Johnson, que tem incomodado políticos e responsáveis da UE, visa modificar o mecanismo já projetado para evitar o aumento da fronteira física entre as duas Irlandas, cujo objetivo é preservar a paz na Irlanda do Norte. 
  • Tony Blair
13 Setembro 2020, 10h31

Os antigos primeiros-ministros britânicos, Tony Blair e John Major, lançaram um apelo ao atual primeiro-ministro, Boris Johnson, para que não avance com o processo de não-negociação com a União Europeia, deixando o Brexit acontecer com os termos já acordados entre as duas partes, apontam ao “The Sunday Times” num comentário.

Caso Boris Johnson continue com a ideia de avançar com uma não negociação, os ex-primeiros-ministros pediram aos deputados do parlamento para rejeitarem o “vergonhoso projeto” de lei que tem como objetivo modificar o acordo para o Brexit. Os ex-governantes, que lideraram o Reino Unido entre 1990 e 2007, consideram que a atitude de Johnson é “irresponsáveis, erradas em princípios e perigosas na prática”.

Na semana passada, o primeiro-ministro britânico apresentou no parlamento a Lei do Mercado Interno, sendo que, caso seja aprovada, a intenção é modificar determinados compromissos já assumidos no acordo celebrado com a União Europeia em 2019. O projeto de Johnson, que tem incomodado políticos e responsáveis da UE, visa modificar o mecanismo já projetado para evitar o aumento da fronteira física entre as duas Irlandas, cujo objetivo é preservar a paz na Irlanda do Norte.

Numa opinião conjunta, os ex-primeiros-ministros de diferentes partidos (Blair é trabalhista e Major é conservador) acusam o governo de Boris Johnson de “envergonhar” o Reino Unido. Os dois defendem que a nova lei que Johnson quer impor “levanta questões que vão além do impacto na Irlanda, o processo de paz e as negociações de um acordo comercial [com a UE]”, além de que “questiona a própria integridade da nossa Nação”.

Caso este projeto seja aprovado, os ministros do Reino Unido têm o poder de modificar ou não cumprir as regras criadas para a circulação de mercadorias entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, que entram em vigor a 1 de janeiro caso o Reino Unido e UE não cheguem a um acordo comercial.

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