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Brexit: May regressa ao Parlamento com uma eventual nova proposta

Num último esforço entre as duas partes, a primeira-ministra tenta levar a votação uma proposta que permite antever uma possível solução para o backstop.
  • Theresa May
12 Março 2019, 08h30

A passada segunda-feira da primeira-ministra britânica Theresa May deve ter tido bem mais que as tradicionais 24 horas: num último esforço para tentar, esta terça-feira, ter em cima da sua bancada parlamentar uma proposta de acordo com um desenho diferente da que foi reprovada há um par de semanas, a chefe do governo manteve um encontro de última hora com os líderes da União Europeia.

Em cima da mesa está – ou é provável que esteja – um acordo com um desenho em que só no detalhe é possível encontrar diferenças relativamente ao enunciado anterior. Mas a virtude pode, desta vez, estar precisamente no detalhe: se Theresa May conseguir que a União se comprometa a incluir uma declaração interpretativa conjunta que acrescentaria força legal às garantias prévias de que aos 27 se esforçariam ao máximo para encontrar alternativas ao chamado backstop (entre as fronteiras das duas Irlandas), pode ser que a Câmara dos Comuns o vote favoravelmente.

Esta parece ser uma forma de ultrapassar o último grande diferendo entre as duas partes (precisamente o backstop), o que permite que o Parlamento britânico possa aceitar o acordo – e principalmente ter um. Segundo a imprensa britânica, não há ainda nenhuma certeza de que May consiga levar de vencida as oposições (trabalhista e conservadora) que lhe têm infligido sucessivas derrotas e dado cabo das suas negociações com Bruxelas.

A segunda-feira de Theresa May começou com um telefonema com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para fechar com um encontro presencial ao final da tarde – que se prolongou pela noite dentro.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse entretanto que Bruxelas fez “uma oferta muito importante” durante as negociações do fim-de-semana. “Cabe agora à Grã-Bretanha responder a essa oferta”, disse em Berlim, citada pela imprensa.

Já o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que o parlamento não toleraria mais atrasos. “A primeira-ministra não conseguiu negociar, recusou-se a comprometer-se e atrasou tudo“, disse. “Após três meses, a primeira-ministra não conseguiu uma única mudança no acordo; ela simplesmente corre o tempo todo de um lado para o outro”.

O plano inicial era que May tentaria, esta terça-feira, 12 de março, fazer passar o acordo. Se assim não for, a primeira-ministra disse na Câmara dos Comuns que logo no dia seguinte, 13 de março, apresentará uma moção perguntando aos parlamentares se aprovam deixar a União sem acordo.

Finalmente, se os deputados rejeitarem a saída sem acordo, colocará em votação, a 14 de março, uma proposta de uma extensão “curta e limitada” ao artigo 50.

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