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Brexit: um “desastre económico” para o comércio entre Reino Unido e Alemanha

A dimensão das relações económicas entre duas das principais economias da Europa foi largamente afetada pelo Brexit – facto que só os chamados ‘brexiters’ não souberam ou não quiseram antecipar.
7 – Reino Unido
22 Junho 2023, 08h46

O Brexit está a ser um “desastre económico” para as relações comerciais e de investimento entre o Reino Unido e a Alemanha, levando a uma queda do investimento direto alemão nas ilhas britânicas e induzindo uma diminuição da importância do Reino Unido como parceiro comercial dos germânicos.

“O Brexit é um desastre económico para ambos os lados do canal”, disse Volker Treier, diretor de Comércio Exterior da Câmara de Indústria e Comércio Alemã (DIHK), em declarações à agência Reuters esta quinta-feira.

No ano passado, a Alemanha exportou bens no valor de 73,8 mil milhões de euros para o Reino Unido, 14,1% a menos do que em 2016. No ano do referendo, 2016, o Reino Unido era o terceiro maior mercado de exportação da Alemanha, mas em 2022 o país caiu para o oitavo lugar, disse Treier.

Como parceiro comercial – combinando exportações e importações – o Reino Unido perdeu ainda mais importância desde então, caindo do quinto para o 11º lugar, acrescentou o economista.

O volume de investimento direto alemão no Reino Unido também diminuiu: Em 2021, foi de cerca de 140 mil milhões de euros, uma quebra de 16,1% face a 2016. De acordo com o DIHK, cerca de 2.163 empresas alemãs estão agora ativas no Reino Unido, menos 5,2% do que em 2016.

Entretanto, Muitas empresas britânicas instalaram-se na Alemanha nos últimos anos. A Germany Trade and Invest (GTAI), uma organização que ajuda empresas internacionais a estabelecerem negócios na Alemanha, contabilizou mais de mil novos negócios do Reino Unido na Alemanha desde a votação do Brexit. Só no ano passado, foram 170 os novos negócios a abrirem, número superado apenas por empresas dos Estados Unidos e da vizinha Suíça, da Alemanha, o que pressupõe que os britânicos estão a tentar ultrapassar as limitações impostas pela sua saída dos (então) 28.

“Esperamos que as investigações do Reino Unido permaneçam num nível alto”, disse o diretor-gerente do GTAI, Robert Hermann, citado pela mesma fonte. “É importante que as empresas britânicas tenham uma posição na União Europeia”.

A dimensão mas principalmente a localização central da Alemanha – um ‘hub’ para toda a Europa – são uma vantagem quando se trata de atrair empresas do Reino Unido, acrescentou. “A saída do Reino Unido tornou as nossas estreitas relações comerciais mais difíceis e ainda há considerável insegurança e necessidade de planeamento jurídico nos negócios entre o Reino Unido a as empresas alemãs”, disse ainda.

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