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BRP encontrou 396 “empresas adolescentes e jovens adultas” com potencial para impulsionar crescimento económico

Empresas adolescentes faturam entre 30 a 50 milhões de euros e as empresas jovens adultas faturam entre 50 a 150 milhões de euros.
23 Junho 2025, 07h32

A Associação Business Roundtable Portugal (BRP) identificou, em parceria com a Informa D&B, 396 empresas privadas de controlo de capital nacional com elevado potencial para impulsionar o crescimento económico de Portugal.

Estas empresas, designadas como ‘Empresas Adolescentes e Jovens Adultas’, faturam entre 30 e 150 milhões de euros e representam cerca de 22 mil milhões de euros de volume de negócios (quase 8% do PIB), criando 94 mil empregos e gerando 4,6 mil milhões de euros em exportações.

Empresas adolescentes faturam entre 30 a 50 milhões de euros e as empresas jovens adultas faturam entre 50 a 150 milhões de euros.

Com uma média de 30 e 35 anos de idade são em geral empresas com uma longa história e que agora estão aptas para o seu próximo salto de desenvolvimento.

O estudo “Ganhar dimensão para ser grande: O caso das empresas Adolescentes e Jovens Adultas” surge no âmbito do trabalho do BRP no Eixo Empresas, que se foca em apoiar empresas portuguesas a crescer, inovar e competir num contexto global, contribuindo assim para o aumento sustentado da produtividade nacional.

Segundo a BRP “estas 396 empresas destacam-se pelo percurso já feito e pela expetativa de crescimento, num tecido empresarial onde a dificuldade de ganhar dimensão é um dos pontos mais sensíveis”.

Além de identificar empresas com elevado potencial de crescimento, a BRP pretende também apoiá-las de forma
ativa nesse percurso. “Nesse sentido, o programa de Apadrinhamento visa acompanhar os CEO destas empresas,
ajudando-os a ultrapassar os múltiplos obstáculos que empresas desta dimensão encontram e a identificar novas
vias para o crescimento sustentado”, explica a associação.

As empresas selecionadas serão contactadas pelo BRP e convidadas a integrar este programa, beneficiando de
um acompanhamento direto por parte de um CEO de uma empresa Associada, “reforçando assim o compromisso
do BRP com a ação concreta e com a transformação do tecido empresarial português”.

“O tecido empresarial português é composto quase na totalidade por microempresas e por pequenas e médias empresas (PME). Além disso, são muito poucas as que conseguem fazer crescer de forma consistente o volume de negócios ou subir de escalão de dimensão: apenas 3,4% subiram de escalão entre 2019 e 2023, 6,8% cresceram durante 5 anos consecutivos e apenas 1,3% cresceram durante 10 anos”, acrescenta a associação.

Entre 2019 e 2023, 63 das 396 empresas identificadas pelo BRP apresentaram um potencial de crescimento ainda maior com uma taxa de variação média do volume de negócios (CAGR) superior a 20%, podendo liderar a próxima geração de grandes empresas portuguesas.

A associação diz que “este grupo de empresas destacou-se como o segmento com maior crescimento no volume de negócios e, no caso das Adolescentes, também no emprego.

Nos últimos quatro anos, em que o PIB português cresceu 5,7%, o volume de negócios destas 63 empresas de elevado potencial cresceu 28,4%.

Além disso, 57% destas são exportadoras, mais do que os 55% das restantes grandes empresas e muito acima dos 11% do tecido empresarial geral. Estas empresas apresentam ainda uma produtividade média de 44 mil euros por trabalhador, com um crescimento de 8% no período analisado, o mais elevado entre todos os segmentos.

“Portugal precisa de mais empresas de grande dimensão. Apoiar PME com elevado potencial é essencial para
aumentar a produtividade, a riqueza e os salários. O BRP está comprometido com esse objetivo através do Radar,
que identifica essas empresas, do Apadrinhamento, que as liga a CEO, e do Metamorfose, que lhes dá acesso a
Conselheiros experientes”, afirma Carlos Moreira da Silva, Presidente do BRP.

Por sua vez, Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B, destacou que “num país pequeno como Portugal, ganhar escala é um dos grandes desafios que se colocam às empresas. Nesta análise, recorremos a critérios e indicadores que nos permitiram identificar as organizações mais produtivas, competitivas e inovadoras e consequentemente, mais capazes de atrair investimento. São estas características que lhes dão condições para continuar a crescer e assim contribuir para o crescimento da economia nacional”.

As Indústrias, os Grossistas e o Retalho concentram a maioria destas empresas – com destaque para a indústria alimentar – seguidos pela Construção. Geograficamente, há uma forte concentração no litoral, com maior número em Lisboa (98 empresas), Porto (75), Braga (48) e Aveiro (41).

Mas os dados mostram que estas empresas estão presentes em praticamente todos os distritos do país, incluindo regiões do interior, os Açores e a Madeira. Ora para a BRP “esta dispersão territorial é um sinal claro de que há bons empreendedores e bons exemplos de dinamismo empresarial em todo o território e não apenas nas grandes cidades ou no litoral”.

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