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Bruxelas faz ultimato à AstraZeneca e pede empenho na entrega de vacinas

Bruxelas exigiu esta quarta-feira o cumprimento do acordo assinado entre a Comissão Europeia e a farmacêutica AstraZeneca para entrega da vacina contra a Covid-19, orçado em 336 milhões de euros.
  • LUSA/OLIVIER HOSLET
27 Janeiro 2021, 17h14

A Comissão Europeia apelou esta quarta-feira ao “pleno empenho” da farmacêutica AstraZeneca na entrega atempada e nas doses acordadas de vacinas contra a covid-19 para a União Europeia (UE), fazendo um ultimato antes de uma nova reunião esta noite.

“Esta noite, às 18h30 [hora de Bruxelas, menos uma em Lisboa], o comité director vai reunir-se de novo e convido a AstraZeneca a empenhar-se plenamente, a reconstruir a confiança, a fornecer informações completas e a estar à altura das suas obrigações contratuais, sociais e morais”, vincou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

A reunião desta quarta-feira, entre responsáveis da Comissão Europeia e representantes dos países da UE e da empresa, sucede-se a uma outra em que a farmacêutica prestou “explicações insuficientes”, que geraram uma “profunda insatisfação entre os Estados-membros”.

Segundo a informação dada esta quarta-feira por um alto funcionário da Comissão Europeia, o contracto assinado com a AstraZeneca foi orçado em 336 milhões de euros (embora apenas tenha sido paga uma parte da verba total). Bruxelas exige, então, o cumprimento do acordo, ameaçando com um processo legal.

A comissária europeia criticou, também, a postura da farmacêutica: “Rejeitamos a lógica do ‘primeiro a chegar, primeiro a ser servido’. Isso pode funcionar nos talhos do bairro, mas não nos contractos e não nos nossos acordos de compra antecipada, que não prevêem qualquer cláusula de prioridade”.

Em causa está a entrevista dada esta quarta-feira pelo presidente executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, a uma série de meios de comunicação europeus, argumentando que a UE não podia reclamar contra o fornecimento tardio da vacina contra a covid-19 dado ter assinado o contrato três meses depois dos britânicos. “Não poder assegurar a capacidade de produção é contra o escrito e o espírito do nosso acordo”, vincou Stella Kyriakides.

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