Bruxelas revê em alta. Economia da zona euro deverá expandir 4,3% em 2021

A economia da zona euro deverá crescer 4,3% este ano suportada pelos planos de vacinação e o levantamento das medidas para conter a pandemia de Covid-19, referiu a Comissão Europeia esta quarta-feira, numa revisão em alta face da projeção de 3,8% que tinha divulgado em fevereiro.

No documento referente às previsões macroeconómicas de primavera, Bruxelas reconhece o atraso na recuperação causado pelas novas medidas de contenção implementadas no início do ano, mas sublinha a importância dos planos de vacinação nacionais na retoma da atividade económica e consequente melhoria do cenário no bloco europeu.

“A escuridão da Covid-19 começa a levantar-se da economia europeia. Depois de um arranque do ano fraco, projetamos agora crescimento forte em 2021 e 2022”, afirma Paolo Gentiloni, comissário para a Economia.

“Apoio orçamental sem precedentes tem sido essencial no auxílio aos trabalhadores e empresas durante esta tempestade; o esperado aumento nos défices e dívidas deverá atingir um pico este ano antes de começar a cair; o impacto do NextGenerationEU começar-se-á a sentir este ano e no próximo, mas temos ainda muito para fazer em Bruxelas e nas capitais nacionais para aproveitar ao máximo esta oportunidade histórica. E, claro, manter o ritmo de vacinação será crucial”, acrescentou.

Um dos fatores que teve impacto na melhoria das previsões económicas agora conhecidas é o aumento do investimento decorrente deste mecanismo de apoio e, sobretudo, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) europeu. Bruxelas aponta para um máximo de mais de uma década no investimento em consequência deste instrumento e dos fundos a ele associados.

“O mecanismo do PRR irá ajudar a recuperação e será uma revolução em 2022, quando aumentaremos o investimento até aos níveis mais elevados em mais de uma década”, argumentou Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão.

A expectativa de uma recuperação mais vigorosa já este ano leva também a uma esperada aceleração da inflação na zona da moeda única, que é agora vista a atingir os 1,7% este ano e 1,3% em 2022. Nas anteriores previsões da Comissão, o indicador era estimado nos 1,4% e 1,3%, respetivamente.

[notícia atualizada às 10h08]