A Comissão Europeia (CE) reviu em ligeira baixa esta quarta-feira a projeção para o crescimento da economia portuguesa este ano para 3,9%, mas sublinhou que a recuperação iniciada no atual trimestre com o aliviar das medidas de confinamento irá reconduzir a economia a níveis de pré-pandemia a meio de 2022, suportada também pelos fundos europeus de recuperação e resiliência.
A projeção compara com os 4,1% previstos por Bruxelas em fevereiro, e com a expansão de 4% que o Governo inscreveu no Plano de Estabilidade entregue no Parlamento em abril. Em 2020 a economia registou uma recessão de 7,6%.
A CE recordou que economia portuguesa contraiu 3,3% em cadeia no primeiro trimestre , como resultado do rigoroso confinamento bloqueio imposto em meados de janeiro para conter um novo pico de casos de Covid-19.
Embora o âmbito das restrições de mobilidade tenham sido semelhantes às de março a junho de 2020, a correção económica acabou por ser muito menor, adiantou, nas previsões da Primavera. Explicou que as empresas e os consumidores entretanto adaptaram-se até certo ponto às restrições, com apoio de uma nova ronda de apoio estatal para os empregos e rendimentos, enquanto as cadeias de fornecimento industriais também permaneceram bastante resilientes durante o novo confinamento.
O setor de hospitalidade do país, em particular o turismo estrangeiro, foi mais uma vez um dos mais afetados, mas o impacto negativo no crescimento foi limitado pela base baixa do ano anterior, afirmou a CE.
“Com o relaxamento gradual das restrições à mobilidade , a economia deve recuperar no segundo trimestre de 2021 e acelerar ainda mais no terceiro trimestre”, sublinhou, adiantando que em termos da expansão anual, o PIB deverá crescer 3,9% em 2021 e 5,1% em 2022.
Após a contração económica de 7,6% em 2020, as projeções atuais sugerem que o PIB deve atingir seu nível pré-pandêmico em meados de 2022, explicou a CE.
A previsão leva em conta um forte crescimento do investimento, ajudado pela implantação dos fundos para a recuperação e resiliência.
“Presume-se que a recuperação do turismo ganhe velocidade no terceiro trimestre de 2021, mas o setor não é
deverá ter atingido totalmente o nível pré-pandemia até ao final do período de projeção
Bruxelas salientou que os riscos permanecem inclinados para o lado negativo devido à elevada dependência do turismo estrangeiro, no qual a incerteza sobre a recuperação permanece alta. No setor externo, tanto as exportações como as importações são projetadas aumentar a taxas mais elevadas, devido principalmente aos efeitos de base da
indústria do turismo.
O setor externo deve ter uma contribuição positiva para o crescimento do PIB em 2021 e 2022, adiantou.
“O saldo da conta corrente também deverá melhorar, mas permanecerá ligeiramente negativo, pois a entrada líquida de receitas do turismo deverá permanecer abaixo de nível pré-pandémico”, vincou.
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