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Bruxelas vê a economia portuguesa a expandir 3,9% este ano e a acelerar 5,1% em 2022

A projeção compara com os 4,1% previstos por Bruxelas em fevereiro, e com a expansão de 4% que Governo inscreveu no Plano de Estabilidade. A Comissão Europeia vê a economia a crescer 5,1% em 2022, mas salienta que os riscos permanecem inclinados para o lado negativo devido à elevada dependência do turismo estrangeiro.
12 Maio 2021, 09h30

A Comissão Europeia (CE) reviu em ligeira baixa esta quarta-feira a projeção para o crescimento da economia portuguesa este ano para 3,9%, mas sublinhou que a recuperação iniciada no atual trimestre com o aliviar das medidas de confinamento irá reconduzir a economia a níveis de pré-pandemia a meio de 2022, suportada também pelos fundos europeus de recuperação e resiliência.

A projeção compara com os 4,1% previstos por Bruxelas em fevereiro, e com a expansão de 4% que o Governo inscreveu no Plano de Estabilidade entregue no Parlamento em abril.  Em 2020 a economia registou uma recessão de 7,6%.

A CE recordou que economia portuguesa contraiu 3,3% em cadeia no primeiro trimestre , como resultado do rigoroso confinamento bloqueio imposto em meados de janeiro para conter um novo pico de casos de Covid-19.

Embora o âmbito das restrições de mobilidade tenham sido semelhantes às de março a junho de 2020, a correção económica acabou por ser muito menor, adiantou, nas previsões da Primavera. Explicou que as empresas e os consumidores entretanto adaptaram-se até certo ponto às restrições, com apoio de uma nova ronda de apoio estatal para os empregos e rendimentos, enquanto as cadeias de fornecimento industriais também permaneceram  bastante resilientes durante o novo  confinamento.

O setor de hospitalidade do país, em particular o turismo estrangeiro, foi mais uma vez um dos  mais afetados, mas o impacto negativo no crescimento foi limitado pela base baixa do ano anterior, afirmou a CE.

“Com o relaxamento gradual das restrições à mobilidade , a economia deve recuperar no  segundo trimestre de 2021 e acelerar ainda mais no  terceiro trimestre”, sublinhou, adiantando que em termos da expansão anual, o PIB deverá crescer 3,9% em 2021 e 5,1% em 2022.

Após a contração económica de 7,6% em 2020, as projeções atuais sugerem que o PIB deve atingir seu nível pré-pandêmico em meados de 2022, explicou a CE.

A previsão leva em conta um forte crescimento do investimento, ajudado pela implantação dos fundos para a recuperação e resiliência.

“Presume-se que a recuperação do turismo ganhe velocidade no terceiro trimestre de 2021, mas o setor não é
deverá ter atingido totalmente o nível pré-pandemia até ao final do período de projeção

Bruxelas salientou que os riscos permanecem inclinados para o lado negativo devido à elevada dependência do turismo estrangeiro, no qual a incerteza sobre a recuperação permanece alta. No setor externo, tanto as exportações como as importações são projetadas aumentar a taxas mais elevadas, devido principalmente aos efeitos de base da
indústria do turismo.

O setor externo deve ter uma contribuição positiva para o crescimento do PIB em 2021 e 2022, adiantou.

“O saldo da conta corrente também deverá melhorar, mas permanecerá ligeiramente negativo, pois a entrada líquida de receitas do turismo deverá permanecer abaixo de nível pré-pandémico”, vincou.

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