Os lusófonos Cabo Verde e Guiné-Bissau são dois dos oito países africanos, num total de 20 a nível mundial, que vão participar num programa piloto do Grupo Banco Mundial no âmbito da reforma institucional desta entidade.
“Desde 1 de julho que temos em 20 países uma pessoa do Grupo Banco Mundial que representa o grupo todo, em África são oito países, nos quais selecionámos uma colega que representa o Banco Mundial, a Corporação Financeira Internacional e a MIGA”, disse o vice-presidente do Corporação Financeira Internacional (IFC), o braço do Grupo para o sector privado.
Em entrevista à Lusa em Lisboa, Sérgio Pimenta explicou que esta alteração insere-se na reforma institucional que o Grupo está a levar a cabo sob a presidência de Ajay Banga, na sequência da decisão dos acionistas de implementarem um novo modelo de funcionamento que visa tornar os bancos multilaterais de desenvolvimento maiores, mais fortes e mais ousados (‘bigger, better and bolder’, na expressão em inglês).
“Quando uma empresa ou um Governo fala com esse representante, passa a ter acesso aos diferentes instrumentos de todo o Grupo, tem a ver com a maneira como trabalhamos de forma conjunta e com isto alavancamos o impacto sem aumentar a necessidade de mais capital”, disse Sérgio Pimenta, salientando que Cabo Verde e Guiné-Bissau são os dois países lusófonos escolhidos para lançar esta reforma.
“Começamos esta iniciativa inovadora em países pequenos, que por vezes é mais fácil, e Cabo Verde é um bom exemplo porque é um dos países onde o Banco Mundial e a IFC tem bastantes operações, estamos muito envolvidos, e vamos construir a partir daí”, disse o responsável.
A IFC olha para Cabo Verde como “um bom exemplo de uma colaboração em parceria público-privada, em que as prioridades da IFC foram definidas em conjunto com o Governo”, explicou o responsável para África, salientando a vertente holística da abordagem.
“Financiámos uma cadeia hoteleira portuguesa, a Oasis, que vai fazer renovações, identificámos outra cadeia de hotéis que será financiada este ano, facilitámos o acesso ao transporte aéreo, ajudámos o Governo a identificar um parceiro para fazer uma PPP [parceria público-privada], financiámos a Vinci com um apoio de longo prazo que permite fazer renovações nos aeroportos”, disse.
Segundo o responsável, o IFC fez ainda um “trabalho com os bancos”, com “linhas de crédito de partilha de riscos para as Pequenas e Médias Empresas.
“Portanto financiamos não só uma empresa, mas sim todo o setor do turismo, garantindo um impacto forte com intervenções específicas em diferentes níveis”, concluiu Sérgio Pimenta.
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