Cabo Verde assinou hoje, na Praia, com a União Europeia (UE) e o Banco Europeu de Investimento (BEI), o maior pacote financeiro de sempre de apoio de Bruxelas ao arquipélago, 300 milhões de euros, referiu o vice-primeiro-ministro.
“É um acordo histórico em termos de envelope financeiro: desde a independência, nunca tivemos um acordo com a UE com esta envergadura”, referiu Olavo Correia, o governante que tutela a economia e finanças.
Olavo Correia espera vir a contar “com outros montantes, mais à frente”, confiante num bom desempenho do país na aplicação das verbas.
“Vamos comer um bife de cada vez. Já temos um bom bife sobre a mesa”, acrescentou.
Os financiamentos hoje subscritos vão apoiar os setores das energias, portos e infraestrutura digital do arquipélago.
“A cooperação entre Cabo Verde, a União Europeia e o Banco Europeu de Investimento testemunha o nosso compromisso comum com um futuro sustentável, inclusivo e interligado”, declarou Jutta Urpilainen, Comissária Europeia para as Parcerias Internacionais, em comunicado.
O valor supera os 246 milhões de euros previstos quando o pacote foi anunciado há um ano, em Bruxelas, pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no âmbito da estratégia Global Gateway, que aposta na mobilização do setor privado.
O maior montante, de 159 milhões de euros, que inclui também apoio particular do Luxemburgo, vai financiar a construção de infraestruturas para produção, armazenamento e distribuição de eletricidade, com o objetivo de reduzir a dependência do país de combustíveis fósseis, “dispendiosos e poluentes”.
Outro eixo de financiamento ao Estado cabo-verdiano ronda 105 milhões de euros e é dedicado ao desenvolvimento de infraestruturas portuárias, com prioridade para Porto Grande do Mindelo (São Vicente), Porto Novo (Santo Antão) e Palmeira (Sal).
Na área digital, 37 milhões de euros em garantias financeiras do BEI pretendem facilitar o investimento num novo cabo de fibra ótica que ligará a Europa à costa ocidental africana, além de investimentos nas ligações entre ilhas e na modernização da rede móvel, com as redes 5G na mira.
O vice-presidente do BEI, Ambroise Fayolle, e Myriam Ferran, diretora Adjunta das Parcerias Internacionais da UE, esperam benefícios para a população, como “energia mais barata” e criação de emprego, disseram hoje depois de terem assinado os acordos com o Governo, na Praia.
Olavo Correia apontou a criação de empregos qualificados para os jovens como o principal desafio da atualidade e o objetivo maior a alcançar com toda a estratégia de investimentos.
Ambroise Fayolle, e Myriam Ferran terminam quinta-feira a visita a Cabo Verde, passando por locais de algumas das obras que vão beneficiar dos financiamentos hoje formalizados.
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