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Cabo Verde vai ter novo centro de formação profissional em enologia e viticultura Pier em janeiro

O Pier Luisa Pautasso vai ser inaugurado a 21 de janeiro de 2020, na ilha do Fogo.
4 Dezembro 2019, 16h25

O Centro de Formação Profissional em Enologia e Viticultura Pier Luisa Pautasso, em Cabo Verde, vai ser inaugurado a 21 de janeiro de 2020, no dia da abertura do primeiro curso profissional neste sector de atividade.

A administradora da Associação de Desenvolvimento e Solidariedade (ASDE), Maria da Graça, disse à agência noticiosa Inforpress que o centro vai receber o nome de uma irmã, de uma “grande benfeitora” italiana que tem apoiado financeiramente a realização do projeto de formação na área de Enologia e Viticultura.

Além de servir aos formandos do curso, o centro vai funcionar em pleno depois da conclusão do curso, porque, explicou, a ideia não é “formar por formar”, mas pretende também trabalhar na colocação dos formandos no mercado.

A responsável diz acreditar que as operadoras do sector de vinho na ilha do Fogo podem recrutar alguns e os de outros concelhos estarão inspirados para levar a atividade vinícola e enológica para as suas ilhas que no passado tinha, pelo menos, a tradição de cultivo da videira.

O centro, segundo Maria da Graça, irá realizar várias ações de formação, divulgação e comunicação à volta de Enologia e Viticultura, porque a associação tem um “projeto ambicioso” do enoturismo, que consiste no desenvolvimento do turismo à volta do vinho.

A ilha tem três concelhos e cada um tem uma marca de vinho diferente e no quadro deste projeto seria fundamental fazer um roteiro do vinho na ilha. A administradora da ASDE adiantou que as pessoas chegam à ilha para conhecer um produto, que é “muito bom, de uma ilha vulcânica e aquilo é considerado vinhos heroicos porque são feitos em condições de muitas dificuldades”.

“O Enoturismo implica ter roteiros, vinho disponíveis nos locais como hotéis, restaurantes, bares que devem estar com os produtores de vinho neste projeto”, disse Maria da Graça, que apelou aos hotéis restauradores, proprietários de bares para uma maior valorização do vinho do Fogo.

Segundo Maria da Graça, nestes espaços, o vinho do Fogo não está exposto nas prateleiras, mas apenas os importados, quando a ilha tem produtos de boa qualidade. A seu ver, na ilha do Fogo, não se coloca a questão do preço, destacando que a falta de transporte, conjuntamente com a água e energia, são fatores que pesam mais na determinação do preço.

Aliás, defende que o vinho devia ser comercializado mais barato na ilha do Fogo, sublinhando que as produtoras estão a fazer um preço competitivo, mas que os pontos de distribuição não estão a praticar um preço competitivo e estão a entravar que o vinho do Fogo seja mais consumido.

O centro Pier Luisa Pautasso irá desenvolver atividades no sentido de valorização do vinho e de ensinar e divulgar este produto, porque o vinho é” uma cultura e não há a cultura do vinho” em Cabo Verde. Por isso, explicou, as pessoas não conhecem os tipos de vinho, como devem beber, a temperatura, razão pela qual o centro irá promover ações no sentido de tornar a ilha do Fogo numa referência nacional e internacional dos vinhos que se produzem nos trópicos.

Quanto ao curso de Enologia e Viticultura, com duração de dois anos e meio e com apoio técnico da escola de Enologia de Alba (Itália), a responsável afirmou que vai transformar a realidade da ilha que está a produzir vinho há tanto tempo, mas lamentou o facto de não existir nenhum cabo-verdiano formado na área de Enologia e Viticultura.

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