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Cabral dos Santos diz que “o grande problema da Investifino foi ter investido no BCP”

Os empréstimos à Investifino deram perdas à Caixa de 564 milhões, mesmo com uma reestruturação do crédito em 2009. Estas operações foram contratadas entre 2006 e 2007. E tinham como colaterais ações da Cimpor, BCP e Soares da Costa.
17 Junho 2019, 17h27

O ex-diretor da Caixa Geral de Depósitos (CGD) José Cabral dos Santos explicou esta segunda-feira, no parlamento, que a Investifino era um acionista estratégico da Cimpor, que era das maiores empresas portuguesas. “O grande problema do grupo foi ter investido no BCP”, disse, quando questionado pela deputada do PS Constança Urbano de Sousa sobre os empréstimos a Manuel Fino que deu mais perdas que os empréstimos do Berardo.

A deputada socialista contrapôs dizendo que essa posição da Cimpor já tinha sido comprada com crédito do BCP. José Cabral dos Santos diz que, ao contrário do que aconteceu com Berardo, as condições propostas ao mutuário partiram daquilo que a direção de risco tinha proposto.

Os empréstimos à Investifino deram perdas à Caixa de 564 milhões, mesmo com uma reestruturação do crédito em 2009. Estas operações foram contratadas entre 2006 e 2007. Uma operação que tinha como colaterais ações da Cimpor, BCP e Soares da Costa.

As ações da Cimpor que garantia empréstimos foram entregues à Caixa no início de 2009, mas o dividendo relativo a 2008 foi entregue ainda à Infestifino.

A dívida de Manuel Fino à CGD era de 564 milhões de dívida antes da reestruturação de 2009, depois baixou para 259 milhões com a venda de metade (10%) da participação na Cimpor à CGD (com acordo de recompra). Em 2013, estavam em dívida 282 milhões de euros, ao qual foram abatidos 24 milhões com venda de ações dadas como garantia.

O ex-diretor de grandes empresas da CGD disse aos deputados, na comissão de inquérito à recapitalização e gestão do banco público, que não foi pedida a insolvência da Investifino, porque isso iria significar grandes problemas para a sua participada Soares da Costa, com tudo o que implicava para os postos de trabalho e os projetos que a construtora tinha num momento difícil da construtora.

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