“Atualizámos as nossas estimativas e avaliação da EDP Renováveis após os resultados do ano completo de 2024 e a alteração do contexto de mercado em que a empresa opera”, refere a análise assinada por Carlos Jesus.
O Caixa BI tinha, no fim do ano passado atribuído um preço-alvo de 15,40 euros e uma recomendação de compra dos títulos.
“Desde a nossa última atualização sobre a EDPR, o preço das ações caiu cerca 30%, impactado pelos fracos resultados no ano e pelas crescentes dúvidas sobre a operação nos Estados Unidos após as últimas medidas da administração Trump sobre incentivos às energias renováveis e tarifas comerciais. Por outro lado, a tendência subjacente em termos de crescimento da capacidade é também um facto material que terá de ser tratado”, reconhece o analista do Caixa BI.
Carlos Jesus defende que “o crescimento esperado acima da média da procura de eletricidade nos Estados Unidos nos próximos anos exigirá acréscimos na capacidade de geração e/ou melhorias nas capacidades de transmissão inter-regional”.
“Independentemente dos obstáculos que possam surgir do lado político, a procura deve existir e expandir-se a um ritmo mais rápido. Este é o principal ponto de apoio ao nosso caso de investimento para a EDPR no que diz respeito à preocupação face aos Estados Unidos na era Trump 2.0.”, refere.
Já para a EDP, o mesmo analista tinha no fim de dezembro um price-target de 4,10 euros, e uma recomendação de compra.
Numa análise de hoje o Caixa BI diz que “na sequência da atualização das estimativas e da avaliação da EDPR, publicámos novas estimativas e uma nova avaliação para a EDP”.
Segundo o analista Carlos Jesus, o principal fator de impacto na avaliação atual da EDP advém da EDPR e da alteração do seu valor. Pois, os restantes componentes da avaliação da EDP não se alteram materialmente em relação à nossa avaliação anterior de dezembro de 2024, tendo a evolução da dívida líquida até proporcionado algum suporte.
“A eleição de Donald Trump e as suas primeiras ações no setor das energias renováveis enviaram um sinal alarmante aos investidores, empurrando o preço das ações da EDPR para níveis não vistos desde 2018. Nas nossas previsões, ajustamos os planos de investimento para os EUA em termos de nova de capacidade, à medida que se acumulam dúvidas sobre qual será o impacto real da segunda administração Trump nas disposições da Lei de Redução da Inflação (IRA)”, refere o Caixa BI.
“A avaliação da EDP continua fortemente dependente do seu negócio de energias renováveis, mas os outros segmentos da empresa continuam a proporcionar uma fonte significativa de crescimento e valor, principalmente as Redes”, conclui.
Em Portugal a EDP e EDPR estiveram em destaque na bolsa ao subirem mais de 4%, animadas pelo bom ambiente no setor e por rumores de que a espanhola Naturgy poderá estar novamente interessada numa fusão com a EDP, apesar da espanhola ter negado.
O grupo EDP acabou por impulsionar o índice nacional que escapou às quedas da Europa.
O CEO da EDP, liderado por Miguel Stilwell de Andrade, numa conference call com analistas (citada pelo Jornal de Negócios) comentou a noticia de o CriteriaCaixa (maior acionista da Naturgy, com 26,7%) ter feito contatos com os acionistas da EDP para auscultar da abertura para uma oferta por parte da Naturgy. Questionado pelo analistas, chamou à notícia “rumores”.
Já sobre a fusão da EDP com a EDP Renováveis, também avançada na mesma notícia pelo Jornal Económico, o CEO disse que esse é um cenário que “nunca estará fora da mesa”.
“Por definição, nunca excluímos nenhuma transação. Reconhecemos que a EDPR tem uma ação mais volátil, com dias bons e maus, e irá flutuar ao longo do tempo, consoante os diferentes ciclos e o sentimento do mercado”, respondeu aos analistas, dizendo no entanto que está “bastante confortável” com a estrutura do grupo.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com