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CaixaBank estuda oferta acima de 3 mil milhões pelo Novobanco apesar das objeções do Governo português

O banco catalão contratou o Morgan Stanley e a Deloitte para explorar um acordo caso o Lone Star Fund decida vender em vez de avançar com o IPO. O valor do banco, segundo a notícia, oscila entre 3 mil milhões e os 7 mil milhões de euros.
23 Maio 2025, 12h15

A notícia foi divulgada pelo El Economista e diz que o CaixaBank está a planear avançar para a compra do Novobanco, apesar das objeções do Governo português, e prepara uma oferta acima dos 3 mil milhões de euros.

O banco catalão contratou o Morgan Stanley e a Deloitte para explorar um acordo caso o Lone Star Fund decida vender em vez de avançar com o IPO.

O valor do banco, segundo a notícia, oscila entre os 3 mil milhões e os 7 mil milhões de euros.

O CaixaBank comprou o BPI em 2017 e se acrescentasse o quarto maior banco do país, quase duplicaria a sua dimensão, alcançando uma rede unificada de agências de quase 600 balcões e uma quota de mercado de 20%.

Joaquim Miranda Sarmento manifestou-se esta quarta-feira contra a crescente presença de bancos espanhóis no país e sublinhou que a concentração excessiva do mercado em bancos de um só país é indesejável.

Em entrevista à RTP 3, o Ministro das Finanças referiu que a banca espanhola já representa pouco mais de um terço do mercado português e, “por razões de concentração e dependência, este valor não deverá aumentar”.

“Sempre que há uma concentração excessiva num determinado segmento, temos problemas de concorrência”, afirmou.

O fundo americano  Lone Star contratou o Deutsche Bank para explorar um possível desinvestimento parcial este ano através de uma oferta pública inicial (IPO), que sempre defendeu como primeira opção.

Esta é a solução apoiada pelo CEO do Novo Banco, Mark Bourke, porque preservaria a sua independência. O banqueiro revelou no início deste mês que o processo estava bastante avançado e que tinha o BNP Paribas, o Jefferies e o Keefe, Bruyette & Woods como coordenadores para o avanço para o mercado bolsista.

A instabilidade do mercado trouxe, no entanto, à colação a possibilidade de uma venda a outro investidor, o que resolveria a saída da Lone Star (a oferta pública inicial indicava que colocaria entre 20 e 30% do capital do Novobanco).

O el Economista, volta a falar de um hipotético interesse do Santander, já desmentido pelo CEO do banco em Portugal, Pedro Castro e Almeida.

Outro potencial comprador é o grupo bancário francês BPCE, dono do banco de investimento Natixis, que entraria assim em Portugal.

As opções nacionais também foram incluídas no pipeline O BCP destacou-se, enquanto o banco do Estado Caixa Geral de Depósitos (CGD), o maior banco do país em termos de ativos, mostrou interesse. O presidente executivo, Paulo Macedo, reconheceu ontem o interesse: “Estamos interessados ​​em transações que possam gerar sinergias para a Caixa, que possam acrescentar valor. Isto significa que estamos a analisar essa possibilidade”, disse, referindo que não seria “saudável” para Portugal ter 50% do seu sector bancário nas mãos de espanhóis.

Embora seja uma opção que agrada ao Governo, o ministro das Finanças explicou na quarta-feira que as decisões do banco são tomadas pela sua equipa de gestão, e não pelo Governo. “Se a Caixa analisar as condições de mercado e acreditar que pode fazer uma proposta, por conta própria ou com outro banco, ao Novobanco, terá de apresentar essa proposta ao acionista, e este terá de tomar uma decisão”, indicou.

Paulo Macedo tem dito que a compra da totalidade do Novobanco pela CGD não seria possível, por questões de Concorrência, mas admite querer reforçar na área das empresas. A separação das duas áreas do Novobanco, retalho e empresas, “seria muito complexa”, reconheceu o CEO da CGD.

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