A Associação Interprofissional da Fileira da Cortiça (Filcork) revela em comunicado que “a campanha de extração 2024 decorreu de uma forma positiva, numa janela temporal alargada e sem fenómenos que impactassem o decurso normal da mesma”. Neste contexto, a organização estima “uma produção na ordem de 4,5 milhões de arrobas em Portugal e três milhões de arrobas em Espanha, totalizando 7,5 milhões de arrobas (112.500 toneladas), muito próximo da quantidade da campanha de 2023”. “Por motivos de conjuntura de mercado, algumas cortiças tiveram a extração adiada para 2025”.
A quantidade de cortiça disponível na campanha de 2024 “permitiu assegurar os níveis de stocks na indústria para uma normal atividade no próximo ano industrial”. Por outro lado, “a campanha de 2024 registou uma redução do preço médio em redor de 15%, com uma redução da amplitude de preços entre as cortiças suportada na valorização das cortiças destinadas à trituração, devido à tendência de alteração de mix de consumo de rolhas nos mercados internacionais. Esta redução de preço segue-se ao aumento registado em 2023, voltando o preço médio a valores em linha com a curva de evolução do novénio, que apresenta um crescimento positivo”.
O custo de extração em 2024 manteve a tendência das últimas campanhas, impactado pela inflação e pelo aumento dos salários médios, refere ainda a organização. “Nesta campanha, a utilização da máquina de extração foi consolidada como uma tecnologia que, apesar da permanente necessidade de evolução, será cada vez mais crucial no futuro”.
A campanha “decorre e termina num contexto de negócio pautado por uma contração no consumo mundial de vinho e consequente retração em quantidade e valor das exportações portuguesas em 2023 e no 1º semestre de 2024, derivado fundamentalmente da atual conjuntura internacional”.
Para a Filcork, “é necessário um maior reconhecimento económico e social das funções ambientais do Montado, e do papel relevante no combate à desertificação e na provisão de serviços de ecossistema, e do impacto positivo na adaptação às alterações climáticas. Nesse sentido, deve ser promovida a remuneração efetiva da produção florestal por todos os serviços prestados à sociedade”. “Mais do que nunca é evidente o dever de reforçar o papel da fileira da cortiça pelas suas características de sustentabilidade em todas as dimensões, bem como um exemplo de modelo económico circular, sendo um setor importante para o posicionamento de Portugal no mundo e de valor acrescentado e diferenciador para o nosso país”.
A Filcork é a primeira associação interprofissional do setor florestal em Portugal, sendo constituída pela ACHAR – Associação de Agricultores da Charneca (Chamusca); AFLOBEI – Associação de Produtores Florestais da Beira Interior; AFLOSOR – Associação de Produtores Agro-Florestais da Região de Ponte de Sôr; ANSUB – Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado; APFC – Associação de Produtores Florestais do Concelho de Coruche e Limítrofes; SUBERÉVORA – Associação de Produtores Florestais da Região de Évora; e APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça.
O seu modelo de participação “assegura a presença igualitária entre os estádios da produção e da transformação, sendo uma organização dedicada à resolução dos problemas do conjunto da fileira, constituindo um interlocutor institucional credível e eficaz na defesa dos interesses da cortiça”.
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