A CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) e a ASAJA (Asociación Agraria Jóvenes Agricultores) assinam hoje, no Porto, um Memorando de Entendimento que reforça a cooperação entre as duas principais organizações agrícolas da Península Ibérica.
Este acordo estabelece uma agenda comum para enfrentar os desafios do setor agrícola. A CAP e a ASAJA comprometem-se a unir esforços em Bruxelas para defender, junto das instituições europeias, um orçamento justo e robusto para a Política Agrícola Comum (PAC) na próxima reforma, “garantindo condições equitativas para os agricultores ibéricos e a
manutenção de uma PAC verdadeiramente comum, com dois pilares e sem cortes no orçamento”.
Destaca-se ainda cooperação ao nível do investimento em infraestruturas de água, da promoção da inovação, da proteção fitossanitária e da valorização dos produtos ibéricos.
“A CAP e a ASAJA consideram prioritário que a Comissão assuma uma visão holística e integrada no combate a pragas e doenças, que combine ferramentas convencionais com soluções de biocontrolo, técnicas de melhoramento como as NTG, agricultura digital e de precisão”, defendem.
Por outro lado, a CAP e a ASAJA consideram inaceitável que Portugal e Espanha continuem a tributar as ajudas diretas que os agricultores recebem da União Europeia”, dizem e comprometem-se a lutar em conjunto para que os governos de ambos os países deixem de aplicar impostos sobre estes apoios, garantindo que os fundos europeus cheguem integralmente aos agricultores.
No que toca ao setor do vinho defendem que “é estratégico tanto para Portugal como para Espanha, sendo ambos países
líderes mundiais em produção, exportação e qualidade de vinhos, com uma forte tradição e reconhecimento internacional das suas Denominações de Origem e Indicações Geográficas”.
“No entanto, o setor enfrenta atualmente vários desafios comuns, entre os quais se destacam a instabilidade dos mercados internacionais e a crescente concorrência de países terceiros, o impacto das alterações climáticas, com fenómenos extremos que afetam a produção e a qualidade das uvas, a pressão regulatória europeia, nomeadamente em matéria de rotulagem, sustentabilidade e restrições ao consumo”, dizem as duas organizações que acrescentam ainda a necessidade de renovação geracional e de valorização do trabalho no setor.
Ambas as instituições alertam para o aumento dos custos de produção, energia e fatores de produção.
Este memorando representa um passo decisivo para fortalecer a posição dos agricultores ibéricos na cadeia alimentar e assegurar a sustentabilidade da agricultura em Portugal e Espanha.
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